Crônicas e comentários de Danilo Menezes. Jornalista brasileiro da Bahia, atualmente morando em Toronto, Ontario, Canada.
17.11.05
Pagode no teatro
Fazer um curso de teatro está sendo muito interessante para mim. Apesar de ser um tanto circunspecto, tenho deixado aflorar um lado brincalhão e até inventivo, que antes só revelava para as pessoas mais próximas. Outro dia fizemos na aula uma atividade na qual os alunos ficavam deitados no chão e tinham que cantar algumas músicas. Cada pessoa teria a sua vez de cantar as variedades escolhidas.
A primeira teria que ser uma música nacional. Cantei um pedaço de Açaí, de Djavan. Não sei por que, pois nem gosto muito dele. A segunda teria que ser uma música em inglês. Quem não soubesse a língua, poderia cantar de qualquer jeito. Foi engraçado ouvir gente cantando Nanana nanaananan, enrolando a língua, cantando como se ouve sem conhecer a letra.
Puxei das catacumbas a letra de Material Girl, de Madonna. Foi a única que consegui lembrar um pedaço em inglês. Acho que fiquei uma coisa fora de série cantando “I’m a material girl”. Hehehe. A sorte é que estávamos deitados e eu não via a cara das outras pessoas. Acho que a intenção de cantar deitado era justamente não encarar os outros.
A letra da terceira música teria que ser inventada na hora. Humm. Na Bahia, achei que deveria privilegiar a cultura popular e inventei um pagode. O Pagode da Periguete. Quer ouvir?
(Gritando) Quebra ordinária
“Fui no pagode
Encontrei a periquete
Eu disse fala periguete
A periguete me pediu um chiclete
Eu disse: ô periguete, só se você me pagar um...
Um o quê?
Ô periguete
Ô periguete”
Que obra-prima! Olha que pérola da MPB.
Teve gente que deu muita risada.
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