29.10.12

Em tempo de chuva

Ontem estava na academia e pensava na vida. Sim, isso existe. É possivel pensar enquanto se exercita. Dizem mesmo que o exercício com pesos ajuda na concentração, mais do que as atividades aeróbicas como corrida ou natação.

Eu pensava em como a época cinzenta e chuvosa é chata, que quase faz esquecer como a época de sol e calor é boa neste país. Impossibilitadas as atividades ao ar livre, restam os bares, casas noturnas, bibliotecas, clubes e casas dos amigos. Ou viagens para lugares tropicais, para quem está com tempo e dinheiro disponível.

A pouca luminosidade afeta o humor. As pessoas ficam menos alegres e lutam para manter a disposição física e o bem-estar. As roupas voltam aos tons escuros. No princípio do outono, as folhas vão mudando de cor e proporcionam um belo espetáculo, mas que é levado pelo vento em poucos dias e massacrado pelo cinza do céu. Resta esperar que a neve traga o manto branco e luminoso.

Neste ano a mãe Natureza foi bem generosa. O inverno foi brando, terminou mais cedo, o verão foi longo e mesmo agora no outono, há alguns dias, o clima estava quente e ensolarado. Os esportistas ficam atentos. Na semana passada, quando a temperatura chegou aos 18 graus, ruas e parques ficaram cheios de gente correndo e pedalando. Gente até de bermuda. Bares abriram as varandas e retomaram ares de verão. Mas durou pouco.

Os dias chuvosos são ótimos para ficar quieto em casa, ler, escrever, cozinhar, ouvir música, ver tv, pintar quadros, fazer artesanato, lavar roupa, passar aspirador na casa e tudo mais de bom e de chato que se possa fazer dentro do lar.  Escrever este post, mais um exemplo.

 

22.10.12

Snake bite

Um pneu de bicicleta furado no parque a quase dez quilômetros de casa. Em um belo dia de sol e 17 graus. Volta a pé, com intervalos pedalando apoiado sobre os pedais, jogando o peso do corpo no pneu da frente, que estava inteiro. Com cuidado para nao rasgar a borracha do de trás, o vazio. Bicicleta de pneu fino é mais leve, mas é mais frágil. Uma simples vala aberta (e nao vista) em uma obra no asfalto, um baque enorme. Pelo menos nao caí nem me machuquei.

Liçao do dia: manter a pressao das câmaras de ar sempre atualizada. Segundo o cara da oficina, uma porrada em pneu com baixa calibragem causa um "snake bite", mordida de cobra. Traduçao: vários furos na mesma parte da câmara.

A solidariedade dos ciclistas canadenses é impressionante. No meio do caminho, vendo que eu empurrava a bike, um cara me ofereceu uma câmara sobressalente, que ele levava na pequena bolsa debaixo do selim. Agradeci e recusei. Eu nao tinha ferramentas e nem sei como fazer tal o serviço.

21.10.12

Amaluna

Amaluna é o mais recente espetáculo do Cirque du Soleil. Depois de quatro anos no Canadá, é a primeira vez que vou a espetáculo da famosa companhia do Québec, conhecida no mundo inteiro. Desde que estive em Montréal pela primeira vez e vi o toldo azul e amarelo ser montado na beira do rio Saint Laurent, fiquei louco para ver a apresentaçao.

O Cirque du Soleil é algo para ser assistido pelo menos uma vez na vida. É deslumbrante. Luzes, cores, movimentos, contorçoes, figurinos elaborados, música envolvente tocada ao vivo. Tudo contribui para uma atmosfera mágica.


Valeu cada centavo pago.

Um dos números mais interessantes foi o da montagem e equilíbrio de uma pilha de gravetos. Os gravetos eram talos secos de folhas de palmeiras, talvez coqueiros. O público quase nao respirava enquanto a performer ia fazendo a montagem.