16.6.09

Números, números, números

Desde janeiro em aulas, a minha cabeça começa a liberar tênues sinais de fumaça. De tanto lidar com números. Esta semana está uma dureza só. Deveríamos estar de férias, mas a escola decidiu empurrá-las para julho. Entao estamos com vários testes e exames acumulados. O adiamento da folga tem seu lado bom porque julho é o mês em que tudo acontece em Montréal. Os festivais, as festas, as piscinas externas, pernas de fora, turistas e o calor.

Até aqui foram quase seis meses ininterruptos de aulas, seis horas por dia, somente intervalos de 5 minutos a cada hora e mais uma hora de almoço. Tem uma hora que isso cansa. Percebe-se uma leve irritaçao coletiva na sala.

Mas, felizmente, ainda existem dois feriados até as férias começarem. Dia 24, Sao Joao, que é padroeiro do Québec. É a festa nacional da província que se considera uma naçao dentro de outra. E o dia primeiro de julho, que é a data nacional do Canadá.

14.6.09

La quarantaine

Comemorei o meu aniversário acompanhado das festividades na avenida do Mont-Royal, a rua onde moro. Foi uma feliz coincidência, pois da varanda dá para ver tudo o que está rolando na "Nuit blache sur le tableau noir", uma festa de rua com apresentações artísticas, música, quiosques dos restaurantes e mesas dos bares nas calçadas. Uma mistura de festa de largo da Bahia com feira livre, na qual as lojas, bares e restaurantes aproveitam para fazer promoções dos seus artigos e aumentar as vendas.

Quase todo mundo que convidei veio bater ponto. A maior parte de brasileiros, mas havia gente do Québec, iranianos, turca, filipina, ucraniano, jamaicana, mexicana e por aí vai. A multiculturalidade imperando. As pessoas trouxeram suas bebidas, algo bem comum aqui. Providenciei salgadinhos, patês, queijos, pães, kibe assado, salada. Bolo de aniversário e parabéns, que não poderiam faltar. Cantamos em português, francês e inglês.

A festa rendeu, não imaginei tanto. Os últimos convidados saíram com o dia amanhecendo, quase às cinco da madruga.

Foi realmente tudo muito gostoso, fiquei muito contente. Foi também a despedida do belo e grande apartamento do Plateau. No próximo mês mudo de casa, para um lugar não tão espaçoso, mas também muito agradável.

8.6.09

A fazer

Acho que vou voltar a escrever mais por aqui. Inspirado pelo Twitter, vou experimentar manter os textos mais curtos, mas nem sempre consigo.

Agora é mês de providências e de arrumação de mudança. O apartamento já está alugado e o contrato está em mãos. Ele fica bem perto do parque Lafontaine. É pequeno, mas tem tudo: geladeira, fogão, cama, mesa de sala, mesa de computador, cadeiras, televisão, cômoda, armários embutidos. Estou pensando em comprar uma bike, já que vou estar perto do parque. Aqui em Montréal andar de "vélo" é parte da vida urbana.

Providências para o estágio, renovação da carteira de seguro-saúde, vários testes e exames antes das férias de julho. Tudo em francês, muita coisa para fazer. Bate cansaaaaço.

7.6.09

Andando por aí

Passear a pé é uma das boas coisas a se fazer nesta cidade. Hoje foi um domingo sem sol, mas ainda sem calor, com muitos ciclistas na rua, pois aconteceu o "Tour de l'île", ou seja, a volta na ilha de Montréal. A volta havia terminado, mas muita gente ainda circulava.

Fomos até uma patîsserie francesa, no bairro de Mille End, próximo daqui onde moro, o Plateau Mont-Royal. Experimentei uma pizza deliciosa, com folhas de espinafre, cogumelos, azeitonas e temperos. Quase não havia queijo, apenas algumas lascas raladas grosseiramente. Estava ótima, sem o frequente excesso de gordura do queijo mussarela. De sobremesa uma massa folhada com recheio de geléia de maçã.

Depois fomos no Café Olimpico, uma cafeteria italiana onde já havia ido outras vezes. Lá tem um café muito bom, bem melhor do que o das redes de cafeterias norte-americanas, como Tim Hortons, Van Houte, Second Cup. E agora, com o aumento da temperatura, o Café Olimpico abriu a sua área exterior, com mesas e bancos. A área vive sempre cheia de gente, batendo papo e apreciando o sabor de poder ficar ao ar livre. Uma possibilidade que dura no máximo uns seis meses por ano neste país gelado.

6.6.09

Na grama

Sabe aquele hábito que os habitantes dos países frios têm de se extenderem nos gramados dos parque? Sou o novo adepto. Nunca me imaginaria nessa situação. Baiano, nascido, crescido e amadurecido (ops, ainda não totalmente!) na beira da praia, eis que resolvo me mudar para o hemisfério norte, distante somente algumas centenas de kilômetros da calota polar. Resultado: os dias de sol são preciosos e merecem ser totalmente aproveitados.

Eu que achava o hábito um tanto ridículo, me vejo fazendo a mesma coisa. E sabe que ficar no parque, estender a toalha (manto, lençol, edredon, canga, ou o que aparecer) e curtir o sol, a sombra das árvores, o lago com patos, a fonte, os pássaros, é bem agradável? No centro da cidade, é um refesco para o cansaço e o estresse, um refresco para o corre-corre. Sem o calor e o suor da praia, mas também sem a água do mar. Contando com a tranquilidade e a segurança fornecida pela polícia da cidade.

Vou me mudar para perto de lá no próximo mês.