13.4.09

Trop blanc

Eu estou branco como nunca estive. Ou, pelo menos, ao máximo que a minha pele brasileira mestiça alcança. Aqui há uma piada que diz que, depois de 5 meses de inverno, até os negros que vêm do Haiti se tornam brancos. Já os brancos do Canadá se tornam quase transparentes. Com o frio e o ressecamento causado pelos aquecedores, a pele fica fina e sensível. E debaixo da touca de lã o cabelo acaba ficando com uma textura mais sedosa do que a normal. Coisas do clima.

1.4.09

Nao pode chamar de feia - Coisas do Canadá

Os bares de dançarinas peladas fazem parte da cultura cultura norte-americana. Em inglês, a dancinha-popozuda se chama "pole dance", ou dança do poste.

Os proprietários dos estabelecimentos negam veementemente que estes sejam locais de prostituiçao, mas isso funciona como tentar fazer um adolescente acreditar em Papai Noel.

Em Montréal, cidade conhecida pela vida noturna animada e liberal, existem inúmeros bares de "danseuses nues". Principalmente na avenida Sainte-Catherine, a preferida dos turistas estrangeiros. Lojas de griffe e restaurantes badalados convivem com os bares das peladonas.

Para atrair a clientela, a dona de um bar da regiao de Pierrefonds, colocou na placa do seu "Cabaret Bazar" a seguinte inscriçao: 12 dançarinas, sendo 10 bonitas, uma gorda e uma feia.

Claro que deu certo. A polêmica se instalou, o movimento aumentou e atraiu a mídia, com direito a foto e matéria no "Journal de Montréal".

A dona se defende dizendo que nao há nada na lei que impeça de dizer que alguém é gordo ou feio. É tudo questao de gosto. O politicamente correto norte-americano reclamou. As feministas se revoltaram. A prefeitura pediu ao estabelecimento que alterasse a placa.

"Depois de gorda e feia, o que mais vai haver? Deficiente física e negra?", reclama a Prefeita.

Enquanto isso, a placa do Cabaret Bazar continua, pois a Prefeitura só pode dispor sobre o seu tamanho e nao sobre o seu conteúdo. E a proprietária continua feliz e saltitante com o lucro atraído pela gordinha e pela feinha.

Journal de Montréal, 1o. de abril, página 7.