21.9.05

Caros leitores, meu computador está com algum problema. Aparecem várias listas no monitor e a máquina trava completamente. Daqui a pouco eu volto.

15.9.05

Festa corporativa

A turma que participa do evento é animadíssima. Educadores corporativos, acostumados a fazer dinâmicas de grupos e lidar de forma simpática com as pessoas, são uma animação só. Um simples coquetel com voz, violão elétrico e bateria eletrônica descambou para uma festança, que teve que ser encerrada sob protestos, já que o músico tinha horário para terminar.

Amanhã a farra termina. Ainda bem, preciso voltar urgente para a academia. Essa história de coffee-break toda hora não dá certo. Com tanta comida disponível, gostaria de congelar a cena do serviço - e os componentes das bandejas - para ter disponível durante a semana de trabalho, na qual o máximo disponível é pão com manteiga. Arrrghh.

Cardápio globalizado

É uma pena que o dia tomado por atividades, mesmo que algumas muito interessantes, impossibilite melhor curtição do hotel. Bem, atendendo ao pedido de um simpático amigo virtual, vou contar um pouco do cardápio.

O Catussaba tem um dos melhores cafés da manhã que já vi. A variedade de frutas é impressionante. Enorme variedade de pães e frios, além dos tradicionais pratos do cardápio nordestino: bolos, mingaus, ovos mexidos, carne do sol, etc. É uma delícia -e um luxo - ter uma pessoa preparando omeletes na hora.

No almoço, o que me chama a atenção é a presença de muitos de ingredientes e pratos regionais junto com pratos da cozinha internacional. Acho bacana essa valorização. Por exemplo no rechaud de legumes há pedaços deliciosos de aipim, que, para mim, é uma das glórias da cozinha nacional. A farofa também sempre está por perto. É interessante porque há muitos hóspedes estrangeiros no hotel. Fico imaginando a cara deles ao provar essas coisas diferentes.

Depois de comer um robalo com molho de amêndoas, que estava uma delícia, e um medalhão de filé com molho de funghi, que estava meio sem sabor, comentei com uma amiga que, nesses bufês, por mais que os pratos estejam bem preparados, o sabor nunca é igual ao do prato preparado com exclusividade, seja em casa ou em restaurante. Simplesmente, acredito, não há tempo para a carne pegar o sabor. É o mal da pressa.

=x=

Detalhe sórdido: estou aqui teclando e no computador ao meu lado há dois hospedes portugueses visitandos sites de "scort girls". Volta e meia aparece a foto de uma peladona na tela. Eles não estão nem aí para as pessoas ao redor. Devem ter vindo fazer turismo sexual. Hehehe.

14.9.05

Em frente à praia

Pronto. Mal cheguei no hotel e já me aboleto em frente a um computador. Não resisto. Principalmente porque as maquininhas estao enfileiradas, so aguardando a minha chegada.

Estou hospedado no Hotel Catussaba, que fica na praia de... Catussaba, no final de Itapuã, participando de um evento corporativo. O hotel que fica debruçado sobre a praia. O salão de eventos dá para ver o mar. Salvador tem mesmo recantos maravilhosos. Hoje vai rolar um coquetelzinho básico e depois jantar. Vou tirar a barriga da miséeeera, como se diz na Bahia.

Aproveitei os novos ares e me inscrevi no curso "Todo Mundo faz Teatro", que começa no proximo sábado. Ai, meu Deus, só quero ver o que vai acontecer...

11.9.05

A comida de cada lugar

Exposição rural de Feira de Santana, lá fui eu. Uma das coisas que mais gosto na cidade é o restaurante Bode & Cia, que antes se chamava Baby Bode. O meu prato predileto é o filé de cabrito à parmegiana. Vem com queijo, molho de tomate e bastante manjericão.

A carne é tenra, sem gordura e bastante saborosa. O molho de tomate não é ácido nem gorduroso. Para acompanhar, são servidos tomates com manjericão, purê de batata e arroz. Pedi também uma porção de aipim frito que estava um fenômeno. Crocante e macio por dentro. Algo que só no sertão se consegue fazer. A porção veio acompanhada por um recipiente com um óleo amarelo. Eu logo pensei: "Que azeite mais amarelado!". E coloquei algumas gotas. A surpresa foi constatar que não era azeite coisa nenhuma. Era manteiga de garrafa. O aipim ficou melhor ainda.

Enquanto comia, fiquei pensando que os pratos característicos de cada local são determinados pela disponibilidade dos ingredientes. Que por sua vez dependem das condições climáticas, do solo, além das características culturais. É natural que se consuma aquilo que seja mais barato e que esteja mais próximo do alcance das mãos - e da boca. E é isso que forma a deliciosa variedade de cozinhas do mundo.
Seja no clima frio ou no sertão.

8.9.05

Eles conseguiram, os danados

Os 2 Filhos de Francisco é um rolo compressor. Sacanagem, podiam ter me avisado. A carga emocional é tão grande que é quase impossível não chorar. Eu não consegui me conter, as lágrimas verteram várias vezes. E não era uma lagrimazinha de cada vez. Eram daquelas grossas, que desciam até o queixo. E olha que não sou de me deixar envolver tanto por um filme. O público sai transtornado do cinema, as pessoas de olhos vermelhos e fungando. Uma garota quase não conseguia levantar, precisou do apoio do namorado.

Não gosto de música sertaneja, mas fui ver o filme apostando no que tinha lido. De forma geral, a crítica especializada gostou. Pudera: co-produção de Paula Lavigne, roteiro de Domingos de Oliveira, Betânia cantando “É o Amor”, atuações destacadas de Ângelo Antônio e Dira Paes.

Mesmo bancado pelos próprios cantores, o filme foge do auto-elogio e registra a carreira de sucesso que passou por grandes dificuldades. A dupla Zezé de Camargo e Luciano é o resultado do sonho do pai deles, trabalhador rural, que começou a investir quando os filhos eram crianças. É o retrato do Brasil que a gente precisa. De gente honesta, simples, que trabalha e persiste muito e consegue sucesso. Uma lição em tempos de roubalheiras, mentiras e manipulações na esfera política.

Com esse trabalho, os sertanejos deram mais um “tiro certo”: alcançaram um público mais intelectualizado, os freqüentadores de cinema. Depois de assistir, dá para enxergar e sentir a música deles de outra forma, sem preconceitos bobos. Que eu mesmo já tive.
Após comentar sobre a monotonia dos meus dias, me vejo em meio a um redemoinho de atividades. Possivelmente terei que passar alguns dias fora do local de trabalho habitual, para cuidar da organização de um evento em um hotel bacana de Salvador. Sabe quais os pontos altos que fico imaginando? O coquetel, o café da manhã, o almoço e o jantar. Ou seja, o rango!

Mas não posso descuidar do processo de “desembagulhamento”. Na academia em que estou malhando – e acho que é assim na maior parte delas -, o público freqüentador é bastante jovem, pós-adolescentes. No entanto, quem mais precisa de exercícios são aqueles não tão jovens, entre os quais estou incluído. Estou sentindo uma diferença gritante em minha disposição física: menos dores nas costas e menos esforços para realizar tarefas diárias simples, as coisas chatas do dia-a-dia, como carregar sacolas de mercado.

5.9.05

Feijão jornalístico

Almoço de encontro de ex-colegas de Faculdade, agora colegas de profissão. A promotora do evento, conhecedora dos atrasos da turma, marcou o almoço para as 10 da manhã. As pessoas, inclusive eu, chegaram ao meio-dia. Imagine se ela marca para as 12 horas em ponto...

Errei o caminho para Mussurunga, vulgo MussuCity, que é praticamente uma cidade dentro de Salvador, tem uns cem mil habitantes. Eu não conhecia o local, fiquei rodando pelo bairro e ligando para a casa da “patrocinadora” para confirmar o caminho. Chegando lá, uma feijoadinha caseira e saborosa, feita por Dona L., mãe da anfitriã e leitora deste blog! Olha que eu nem sabia disso.

Conversamos bastante e foi interessante perceber que as inquietações profissionais pelas quais passamos são parecidas. Baixos salários, muito trabalho, pouco reconhecimento. Eu, por ter mais tempo na área do jogo, pois já trabalhava antes de entrar na Faculdade, tenho várias horas acumuladas de reclamações e também satisfações - que ninguém é de ferro.

Um dos colegas pensa em sair do jornal, reclama por não ter hora para terminar o expediente e trabalhar em finais de semana. Já eu não sofro por isso. Tenho horário fixo e sábados e domingos livres. No entanto, os meus dias caem na monotonia e repetição. Mesmo caminho, mesmo horário. Depois de vários anos, me divirto contando os minutos do trajeto. Sei exatamente quanto tempo gasto da porta de casa até sentar na cadeira do trabalho. Coisa de louco? Às vezes dá vontade de jogar tudo para cima e viajar para um país frio e distante. Ou para uma praia ensolarada e deserta.

Outra colega parte para seleção de estágio em um grande jornal nacional. Outra pretende mudar de cidade. Outra quer ganhar mais, pois sente que trabalha muito para o que recebe de salário. Outra investe no seu mestrado profissional. E cada um vai seguindo o seu caminho, entre alegrias de um domingo entre amigos e os obstáculos a superar na profissão.

4.9.05

A luta na Depressão

Depois de se tornar campeão no boxe, Jim Braddock (Russel Crowe, de Gladiador) começa a sofrer derrotas e é obrigado a se afastar dos ringues. É a época da Grande Depressão nos Estados Unidos, na década de trinta, o boxeador tem que se virar como estivador para garantir o sustento da mulher Mae (Renée Zellweger) e dos três filhos pequenos.

Uma última chance é concedida. Braddock retorna às cordas, para preencher um cancelamento de última hora. A Luta pela Esperança (Cinderella Man, EUA, 2005), dirigido por Ron Howard, é a cinebiografia do boxeador que ficou conhecido como Cinderella Man, pois ressurgiu da pobreza. As cenas de luta são eletrizantes, comparando-se aos melhores momentos do gênero, como em Menina de Ouro.

Russel Crowe apresenta um desempenho memorável e emocionante, no papel de um homem íntegro que não mede esforços para garantir a sobrevivência e a união da família. E que se torna símbolo de esperança daqueles que passavam pela profunda crise econômica no país. A única ressalva é a obviedade do filme no realce do "espírito americano" para vencer as adversidades. Mas estamos em Hollywood.