25.3.08

Semana dos santos e festeiros

A Semana Santa foi marcada por uma série de reuniões familiares. Na sexta, o tradicional almoço, baseado em pratos feitos com peixe. O dia tem restrição de carnes vermelhas, pois deveria se tratar de jejum, por motivos religiosos. Só que o almoço da Sexta-feira Santa acaba sempre sendo um banquete na Bahia. Nas mesas das famílias, especialmente daquelas que moram na capital, recôncavo e litoral, regiões onde a herança africana é mais pronunciada, há fartura de pratos com dendê: vatapá, caruru, feijão-fradinho cozido, farofa, moqueca de peixe. Isso sem contar os acarajés, abarás, casquinhos de siri e caldo de sururu que servem de aperitivos. Quer mais? Não faltaram as tradicionais cocadas ilheenses, de leite condensado e chocolate, levadas para Salvador.

Foi na capital que as pessoas se reuniram para a comemoração dos 50 anos do primo LJ. Vieo gente de São Paulo, de Brasília e de Ilhéus. A festa ocorreu no sábado, no salão de um prédio na Ladeira da Barra. Muita animação da turma toda. Só a quantidade de pessoas da família já seria suficiente para fazer uma festa animada. E foram justamente essas pessoas que foram até a madrugada dançando sem parar. Boa parte dos festeiros embalados por cervejas, uísques e pelo maravilhoso espumante Don Giovanni. O aniversariante estava radiante.

O bolo de aniversário foi um primor de criatividade. O aniversariante, há alguns anos fora apelidado pela sobrinha de "popota", diminutivo carinhoso de "hipopótamo". Ainda que ele nem seja tão assim, digamos, redondo. Pois bem, o bolo tinha um hipopótamo azul, com estetoscópio (ele é médico) e rodeado de livros e papéis (ele gosta de ler e estudar). Olha aí a obra:



Salve Popota!

16.3.08

Na ponta da língua

Um amigo de longa data está na cidade, saímos para bater papo e tomar umas cervas. Ele mora na Inglaterra, em Londres, e trouxe um outro amigo que também mora lá. Só que esse outro amigo é italiano. Entre si eles preferem falar em inglês, mesmo que italiano e português sejam línguas tão próximas. Tudo bem, falamos em inglês a noite toda. De vez em quando escapava alguma coisa em português que o italiano conseguia entender.

O italiano nasceu em Roma, mas tem origens diretas em outro país europeu. A mãe é húngara e o pai é de lá mesmo, da bota. Conversávamos bastante sobre línguas e ele contou que aprendeu a língua húngara em casa. E fez uma pequena demonstração. É uma coisa impressionante. Para dizer uma simples frase de três palavras, é preciso pronunciar uma quantidade de sons equivalente a umas dez palavras em português ou inglês. Foi o caso quando ele falou "Happy New Year" em húngaro. Demos muitas risadas, dizendo que na Hungria se começa falando "Feliz Ano Novo" na festa de reveillon e termina-se na Páscoa.

Foi um encontro muito bacana. O meu amigo de longa data é baiano da gema e descende de judeus. Já esteve em Israel, morou em kibutz por seis meses, aprendeu um pouco de hebraico. Hoje ele mora em Londres, fala inglês, espanhol e tenta arranhar italiano. O rapaz italiano, além da língua natal, fala inglês, húngaro e arranha português. Eta mundo globalizado.

Tenho um outro amigo brasileiro, habitante do Canadá, que estabeleceu um projeto interessante. A cada década de sua vida ele irá aprender uma nova língua. Ele já fala português, espanhol, francês, inglês e russo(!). Qual será a próxima?

Eu penso em estudar uma outra língua, daqui a mais um tempo, quem sabe a partir da proxima década. Mas não sei qual. Talvez alemão ou árabe. Árabe? Sim, acho a língua árabe muito bonita, principalmente a escrita. A escrita árabe é tida pelos seus usuários e admiradores como uma pequena obra de arte. As fontes impressas são reproduções de caligrafias bem feitas. É como se os livros e revistas fossem escritos à mão. Mas não sei não, penso se vai valer a pena. Talvez o alemão seja mais útil - ou não.

Hoje fui almoçar na casa de uma amiga. Olha só a maravilha que ela preparou:


É um salmão inteiro, assado com legumes, acompanhado de purê de batata e arroz. Estava de comer rezando. Pode babar.

10.3.08

Malhação, calor e neve

Mudei a sequência de exercícios da malhação. Mudei não, a instrutora mudou. O corpo vai habituando à rotina, é precido sempre mudar. Caso contrário, a gente acaba enjoando.

Os novos exercícios sugaram a minha energia. Sai morto. A salvação foi a barrinha de cereais (light!) que levei para o lanche. Não vou mais para a academia sem alguma coisa para morder no intervalo. O corpo pede açúcar. A sessão rende muito mais.

=x=x=x=

Fiquei contente ao perceber que estou conseguindo acompanhar um documentário no canal francês TV5 e entender o suficiente para acompanhar o programa. Diferente de alguns meses atrás, quando começava a bocejar e a pensar em outras coisas porque não conseguia pegar o suficiente para manter a minha atenção. Desta vez o assunto também ajudava: o passado e o presente da Champs-Élisées, a famosa avenida e lugar turístico (talvez lugar-comum) de Paris.

Entre as minhas correspondências atuais, troquei e-mails com um visitante do Québec aqui na Bahia. Foi por meio do Couch Surfing, um site no qual se coloca a própria casa ou um pouco de tempo à disposição de turistas que visitam a sua cidade. O que também abre as portas para você quando estiver viajando. Infelizmente, por um capricho do site ou do meu e-mail, não recebi a mensagem do canadense a tempo. Só fui percebê-la, depois de meses, quadro de mensagens do meu perfil no site.

Mesmo assim, escrevi para ele. Ele me respondeu já do Quebec. Disse que gostou muito da Bahia. Durante a viagem, que durou mais de dois meses, o quebequense a mulher passearam na Bahia de Caravelas até Mangue Seco, passando por Itacaré e Morro de São Paulo. Mas não passaram em Ilhéus.

De volta ao Canadá, ele me informa, sabendo que em breve volto para lá, que neste inverno já cairam 4,6 metros de neve. Sim, eu já sabia. E sabia também que durante este final de semana, depois que ele havia escrito, caiu mais ainda. Acho que, depois de conhecer a Bahia no verão, ele ficou sem entender porque eu quero voltar para o Canadá.