29.9.03

Nathalie X

Filme produzido este ano, integra o 2º Festival de Cinema Francês, em cartaz na Sala de Arte do Bahiano de Tênis. Fanny Ardant vive a esposa que desconfia de traições do marido (Gérard Depadieu), contrata uma garota de programa (a bela Emanuelle Béart) para seduzí-lo e descobrir o seu real comportamento.

A diretora Anne Fontaine consegue mostrar bem o universo feminino, com os seus mistérios e ambiguidades. No filme, as mulheres são protagonistas de uma história urbana e moderna, que se passa em ritmo lento, mas sem monotonia.

O ritmo pouco acelerado do filme representa bem a velocidade das emoções, das reacoes e dos reposicionamentos nas relações que ocorrem na vida real, informando que o agir humano é sempre precedido do pensar e sentir. Nathalie X, neste sentido, traz exemplos de respostas particulares às provocações da vida, que podem provocar mudanças - ou a recusa a elas.

Mais francês impossível. O fumo desbragado e onipresente, os cafés, os vinhos, a cozinha, os restaurantes, as lojas de Paris, as boites - o nome não é francês? Um certo ar de tédio e monotonia por trás de interesses dissimulados.

28.9.03

Ando muito ocupado, agora com a editoração do meu trabalho de conclusão de curso. O texto, gracias a Dios, já terminei. Estou procurando alguém para me auxiliar com a editoração das páginas. E que não cobre muito caro!
Faltam algumas fotos. Vou dar um pulo na Feira de São Joaquim para tirar retratos de peixes, dendê, etc. Pelo menos, estes não sofrem abalos no ego ao perceberem os flashes.

26.9.03

Dirigindo no Escuro

Um cineasta com a carreira em baixa perde a visão durante a filmagem daquele que poderia ser o ser trabalho redentor. O cinesta é vivido por Woody Allen, o próprio diretor do filme.

Woody Allen contou para os jornalistas que a impressão de dirigir no escuro é a mesma que ele tem durante as filmagens. Ele vai filmando, filmando, sem saber se as cenas vão se encaixar, se as piadas vão surtir efeito, sem conseguir imaginar o resultado final.

Dirigindo no Escuro não é um dos melhores filmes de Allen, mas é diversão inteligente, com o eterno personagem do cineasta neurótico, já presente em Desconstruindo Harry. Personagem?

24.9.03

Medéia e Heloísa

A personagem Heloísa, da novela Mulheres Apaixonadas, da Rede Globo, algumas vezes lembra a famosa Medéia do teatro grego, imortalizada por Eurípedes. Medéia matou os filhos para se vingar de Jasão, o pai das crianças, que a havia abandonado.

Heloisa fez a ligação das trompas de Falópio, para ficar estéril, e não ter que dividir com filhos o amor que sente por Sérgio.

Para a psicanálise, o morte dos filhos de Medéia pelas mãos da própria mãe é simbólico. Não foi a morte propriamente dita. Representava os danos que uma mãe tornada amarga pela vida e pelos ressentimentos amorosos pode causar aos filhos.

Heloísa não permite que os filhos, tão desejados pelo marido, sequer venham ao mundo. A história de Heloísa não lembra vagamente a de Medéia?

Acreditem, o texto abaixo, publicado no house organ, rendeu polêmica lá no trabalho.

23.9.03

Dom

Inspirado na obra Dom Casmurro, de Machado de Assis, o filme Dom traz Marcos Palmeira como um engenheiro que tem o nome de Bento, personagem do livro, e acredita que tem o destino de viver a mesma história de amor.

Maria Fernanda Cândido, que encarna Ana, apelidada de Capitu, recebeu o prêmio de melhor atriz no Festival de Gramado. Os olhos da atriz cabem perfeitamente nos "olhos de ressaca" da personagem. A releitura de uma das grandes obras da literatura brasileira consegue preservar o questionamento que tortura Bento: Capitu traiu ou não traiu?

Capitu apresenta-se como uma mulher equilibrada, que sofre com o ciúme do marido. A relação amorosa entremeada de ciúme egocêntrico e infantil comprova a característica dos grandes clássicos de permanecerem atualizados. A obra de Machado de Assis revela-se perfeitamente contemporânea.

21.9.03

Falta de jornal

O Correio da Bahia tem um problema de distribuição. O leitor procura o jornal nas bancas da cidade e não acha. Os donos de banca afirmam que só chegam dois ou três exemplarares.

O jornal tem um excelente conteúdo no final de semana, principalmente os cadernos Folha da Bahia, Bazar e o Correio Repórter. Este último faz um excelente registro histórico de vários aspectos da Bahia.

A proprietária de uma banca de revista no Rio Vermelho, que sempre separa um exemplar para mim, me contou que sempre há bastante procura. Ela já reclamou com o distribuidor e teve um substancial (!) aumento do fornecimento de dois para - acreditem - seis exemplares.

O que acontece com o Correio da Bahia? Não há interesse nas vendas, ou o seu desempenho econômico não depende disso?

19.9.03

New books

O fim de semana se aproxima, e com ele todas as luzes faiscantes da alegria do nada fazer. Ou de fazer o que se gosta.


Comprei três novos livros: Moderna Gramática Portuguesa, de Evanildo Bechara; Jornalismo Cultural, de Daniel Piza e Perfis: e como escrevê-los, de Sérgio Vilas Boas. Não tem como não lembrar da frase de Umberto Eco: "Os livros produzem livros e multiplicam o saber".


O melhor da compra dos livros é que 75% do valor pago será recuperado. A empresa em que trabalho vai cobrir uma parte, por conta de um programa de aprimoramento profissional. Great!


17.9.03

Estou participando da Oficina de Crição do Theatro XVIII, no Pelourinho, com Aninha Franco. A turma de novos criadores está tentando escrever um roteiro para uma versão da tragédia grega Medéia. É interessante como há uma tendência no teatro baiano, incluindo nos aspirantes a autores, de partir para a paródia e a comédia. Além de uma onipresente inclusão de elementos regionais da atualidade no texto.
A experiência da oficina está sendo ótima.

15.9.03

Meu modem continua sem funcionar. Espero que amanhã a situação esteja regularizada. Não aguento mais ficar off line em casa.
Ah, o tiroteio na Avenida Sete foi mesmo assalto. Soube que dois bandidos e um policial saíram feridos. Não houve mortes. Pelo menos isso.

Em pleno centro da cidade, um acontecimento deste tipo é uma loucura. Não tem o mínimo sentido, já que o local é proximo de delegacias.

Liga Extraordinária

Imagine um filme em que personagens da literatura como o herói Alan Quatermain (vivido por Sean Connery), o anti-herói Dorian Gray, o capitão Nemo (de 20.000 Léguas Submarinas), o americano Tom Sawyer, o médico Dr. Henry Jeckyll (de O Médico e o Monstro), estão unidos para combater o mal. É o que propõe ao expectador a Liga Extraordinária (League of the Extraodinary Gentlemen), produção americana de 2003, inspirada nas histórias em quadrinhos de Allan Moore e Kevin O'Neill.

Na Liga Extraordinária, o que une os "heróis" esquisitos é o compromisso de salvar o mundo de uma guerra que está por vir, no fim do século XIX, na Europa. O filme traz lutas, efeitos especiais, humor leve e um monte de situações irreais, em um clima de histórias em quadrinhos. Fica difícil imaginar Sean Connery, sessentão, como um herói que dá porrada em todo mundo. Mesmo assim é boa diversão.

12.9.03

Tiros na 7th. Avenue

Houve um tiroteiro nas imediações da Avenida Sete. O trânsito está parado e algumas pessoas estão nas janelas dos edifícios, procurando saber o que está acontecendo. Parece que foi um assalto a banco e houve troca de tiros. As pessoas estão com receio de sair dos prédios. Algumas lojas estão fechadas. Só mais tarde para saber das novidades. Desta vez não é, com certeza, uma manifestação de cidadania como foi na paralização do trânsito pelos estudantes.

11.9.03

Cinema Comentado

Estréia amanhã, sexta-feira, nos cinemas de Salvador, o filme americano Secretária, que ganhou prêmio de originalidade no Festival de Sundance, nos Estados Unidos.

Lee (Maggie Gyllenhaal), uma jovem recém-saída de um hospital psiquiátrico, consegue emprego como secretária em um escritório de advocacia.

Uma relação sadomaquista começa a se estabelecer entre secretária e patrão, o advogado E. Edward Grey, vivido por James Spader, de Sexo, Mentiras e Videotapes. Maggie Gyllenhaal está muito bem. As expressões faciais e corporais da personagem são perfeitas para delatar o estado de perturbação mental, que oscila entre a apatia e rompantes de ações masoquistas. James Spader não convence no papel do pretenso dominador. Falta maculinidade?

Secretária é um filme que revela uma feição inusitada dos entrelaces das relações pessoais e de trabalho. Um tanto quanto inverossímil o final. Algum cineasta francês teria feito algo mais ácido sobre o tema.

8.9.03

Saluti!

Culinária chinesa, japonesa e tailandesa formam o cardápio do restaurante Saluti, que fica na avenida Paulo VI na Pituba. O yakisoba com frutos do mar, incluindo camarões, polvo e lula, é delicioso. O preço é acessível. Vale a pena provar também o filé de robalo com cogumelos, prato indicado no Guia Veja Salvador 2002/2003.

O Saluti funciona como restaurante e sushi bar. Indicado para quem deseja almoçar, jantar ou somente bebericar. Para acompanhar os drinks, rolinhos primavera ou sushis.

O restaurante tem um belo projeto arquitetônico, com paredes de vidro. Funciona também como galeria de arte para novos talentos. O projeto é assinado pelo arquiteto Antônio Carlos Brito.

5.9.03

Cozinhar e escrever

A relação entre cozinhar e escrever é mais próxima do que parece à primeira vista. Entre as duas atividades, de natureza distintas, há semelhanças inesperadas. Na origem, as palavras sabor e saber têm significados semelhantes. O verbo latino sapare significa tanto saber quanto ter sabor.

O cozinheiro procura despertar o olfato e o paladar de quem quer agradar. Enquanto prepara os pratos, diverte-se. Já o escritor também deseja o prazer do leitor, só que despertando a sua imaginação. E o escritor e o cozinheiro têm o prazer de ver a sua obra concluída. Para o cozinheiro, um prazer efêmero. Para o escritor, um pouco mais duradouro.

Aqueles que sabem apreciar um bom livro, com certeza também sabem apreciar um bom prato. São saberes lapidados com o passar dos anos. A leitura de um livro é enriquecida pela experiência de vida. A apreciação de um prato bem feito, também. Não é mais uma simples reposição de energias. É um momento sublime de prazer. É o saber do sabor.

4.9.03

Visitantes estrangeiros

Este blog anda tendo uma boa visitação de fora do país. Internautas de Portugal, Estados Unidos, Irlanda são alguns dos visitantes. Sei que é um site público, e que as atualizações aparecem no www.blogger.com, mas os horários das visitas não coincidem com as atualizações. Será por que a hora registrada é a do país de origem de cada visita?
O que facilita a divulgação? Algum blogueiro experiente sabe responder? Fico feliz com as visitas. Welcome.

2.9.03

Bate bola

Todo gato reserva um momento do dia para fazer uma catarse. É quando ele tem o seu momento de loucura. O gato corre, pula, dá cambalhotas. Para achar um motivo para correr, nada melhor do que uma bolinha de pingue-pongue, que pula bastante, faz barulho quando bate no chão e o gato não consegue agarrar. Ronrom só pára de correr atrás da bolinha quando ela vai parar em algum lugar inacessível, como o fundo da geladeira. Aí ele fica deitado, olhando, espreitando, para ver se consegue alcançar com as patas.
Outro dia, durante a madrugada, eu estava ouvindo Ronrom correr atrás da bola, de um lado para outro do apartamento. Só fiquei preocupado se os vizinhos de baixo não iriam reclamar do barulho. Ou eles podem achar que existe um louco notívago no meu apartamento, que fica correndo e batendo bola a noite toda.

Novo e-mail

Precisei trocar o meu e-mail novamente. O novo é o danilomenezes2@yahoo.com.br