Do meu Facebook:
"Depois de alguns dias tenebrosos de chuva congelante, muita neve, temperaturas abaixo de -20 graus, o inverno deu uma trégua. Fazer um trajeto de 40 minutos de passeio de bicicleta pela cidade para chegar no Meetup de Português, com a neve quase toda derretida, temperatura suave de uns 4 (!) graus, tomar um bom café, comer um alfajor e encontrar um grupo amigável e caloroso, é prazer que não tem preço."
Eu comecei a frequentar o Meetup de Português há mais de um ano, mas passei um grande intervalo sem dar as caras. Agora estou retornando e procurando manter a frequência.
O encontro do último domingo foi no El Almacén, um café argentino na Queen West. O trajeto de bicicleta demorou quase uns quarenta minutos. Eu sempre acho que vai ser mais curto e no meio do caminho quase me arrependo, mas passa rápido. O prazer de sentir o vento no rosto e ver as pessoas passeando nas ruas, como se fosse um dia de outono, é muito legal.
A temperatura estava em torno dos 4 graus. A neve, quase toda derretida, restava somente um pouco de gelo escorregadio em alguns pontos das calçadas.
Cheguei no café, estacionei a bicicleta e ajeitei o cabelo depois de tirar a touca. Notei que estava suado quando tirei o casaco.
O café estava cheio. Umas quatro pessoas do grupo estavam na mesa próxima da grande janela que chega quase até o chão. É quase uma parede de vidro, no modelo de quase todos os estabelecimentos comerciais da cidade.
Mais gente do grupo foi chegando. Outros clientes saíram e conseguimos juntar mais uma ou duas pequenas mesas de café, formando um grande círculo, de umas 11 ou doze pessoas. Eu era o único brasileiro.
Quase todos eram latinos. Gente do México, Argentina, Peru, Venezuela, Honduras, Equador, República Dominicana. Havia apenas uma canadense que havia passado um tempo no Brasil.
Eu fiquei impressionado como o Brasil tem conquistado o apreço de outros países. As pessoas estão interessadas no português porque gostam do Brasil. Eu tinha lido há poucos dias que o Brasil é a única nação sul-americana e dos Brics entre os doze países mais desejados para moradia no mundo.
Mais tarde chegaram mais dois brasileiros e conversei bastante com um deles, que passara uma temporada de alguns meses na África, em Ghana. Ele foi dar aulas em uma escola canadense. Ao contrário do que eu esperava, ele não gostou nem do país nem da experiência. Reclamou do calor, do transporte do local. Nem com a comida ele se entusiasmou.
Já passava das seis da tarde e ainda tinha gente conversando na mesa. Arrumei todo o arsenal para enfrentar o frio e parti, para enfrentar mais uns quarenta minutos de pedal. A temperatura estava boa, não senti o mínimo frio.