16.9.07

De volta às panelas

Acho que ando em um vácuo criativo. Sem o impluso de escrever alguma coisa. Mas vou tentar. Tenho lido tanta bobagem em alguns blogs que resolvi também escrever mais algumas bobagens. Que posso contar? Que ando fazendo? Estudando francês. Cozinhando de vez em quando. Nadando na internet. Bicicleta ergométrica para regular as calorias extras.

Preparei há alguns dias uma paella. Peguei a minha querida panela azul espanhola e fui cumprir a promessa feita. Saí para comprar mariscos. Achei camarões, mexilhões e polvo. Açafrão eu uso o da terra, esse pó amarelinho de um tubérculo chamado cúrcuma. A paella tradicional espanhola traz carne de porco, linguiça, frango e mariscos. Mas a minha favorita leva somente mariscos.

O polvo foi cozinhado com antecedência, para não haver erros. O polvo precisa ser bem cozido para não ficar duro. Costumo limpá-lo e colocá-lo na panela somente com cebolas inteiras. Não precisa nem colocar água. O próprio polvo deixa escapar água de suas células e é cozido nesse líquido. A cebola ajuda a amolecer. A dica para checar o ponto do cozimento é verificar quando a cebola começa a desmanchar. Aí então o polvo estará bom.

Cortei em pedaços e reservei o polvo. No dia seguinte fiz o preparo dos camarões e mexilhões. Alho, cebola, pimentão vermelho e amarelo, tomate picado (sem sementes) e salsa picada. Também fiz um pouco de caldo com as cabeças de camarão, que iria ajudar no cozimento do arroz, na hora da preparação final da paella. Cozinhar os mariscos previamente ajuda a dar mais sabor, assim eu creio.

Na hora h, cebolas picadas na paellera azul, azeite de oliva. Arroz parboilizado, para ficar mais solto. Mais alguns pedaços de tomate. O caldo de camarão para cozinhar o arroz. Os mariscos em seguida, junto com o caldo do cozimento. As ervilhas frescas, que são encontrada congeladas. Açafrão para tudo ficar dourado e saboroso. E toca a mexer, para o arroz não pegar no fundo da panela. Azeite de oliva para arrematar. Quarenta minutos para o arroz cozinhar, absorver o caldo e pegar gosto. Ficou uma delícia, verdade seja dita, amparada pela repetições dos pratos.

A repetição do prato pelo convidado pode até ser algo não recomendável para quem está de regime. Mas é a glória do cozinheiro.

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