As ruas e pontes de Recife, o centro da cidade e a periferia, um roteiro bem construído e personagens que beiram o grotesco formam o filme Amarelo Manga, do diretor Cláudio Assis, em cartaz na Sala de Arte do Theatro XVIII.
Histórias urbanas giram em torno de um hotel-espelunca. Um açougueiro (Chico Diaz), que fornece carne para o hotel, é casado com uma crente ferrenha (Dira Paes) e mantém uma relação tempestuosa com uma amante. O açougueiro é assediado pelo cozinheiro gay do hotel, vivido por Mateus Nachtergaele. Um taxista necrófilo (Jonas Bloch), que mora no hotel, junto com outros seres decadentes, além de procurar cadáveres, interessa-se pela geniosa dona de um bar (Leona Cavalli).
Premiado internacionalmente, Amarelo Manga mostra uma classe da população urbana nordestina que, apesar de não viver na miséria dos sertanejos que sofrem com a seca, depara-se com dramas também de difícil solução. O roteiro não cai na armadilha de "glamourizar" a miséria urbana e a violência. É um filme para quem tem estômago forte.
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