23.10.03

Assistimos ontem na oficina de roteiro o filme Lágrimas Amargas de Petra von Kant. Lançado em 72, tem um figurino bem interessante, da época, meio exagerado. No filme fica mais clara a relação da protagonista com a criada Marlene, esta em sua devoção muda.



Petra é autoritária com a serviçal, demonstrando que as relações de poder e prepotência estão presentes também em certas minorias, no caso, as mulheres. A Karim do filme é vivida por Hanna Schygulla. A atriz, apesar de ícone do cinema alemão, é um tanto rechonchuda, não tem o "physique du role" de Karim, que pretendia ser uma top model. Mas é bela e expressiva, anyway.



O filme é um tanto lento, transcorre quase que totalmente no quarto de Petra, em sua cama. Parece uma peça teatral filmada. A cama desaparece quando Karim abandona Petra e o contexto familiar entra em cena. E volta no último ato, sugerindo a aproximação de Petra e Marlene.



A câmera de Fassibinder busca ângulos inusitados. Brinca com manequins, o painel do quarto, as formas dos personagens. O ritmo lento do filme permite que a câmera vasculhe os elementos do cenário.



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