15.10.06

Na praia

O sol brilhante da primavera volta a atrair baianos para a praia. Depois de longa distância, volto a freqüentar as areias do Porto da Barra. Agora vou equipado com algo que possibilita a distância a qualquer tipo de ruído ou de música desagradável: o MP3 Player.

Há tempos não lembrava de que ir à praia poderia ser tão agradável. Músicas chatas sempre faziam diminuir o meu prazer de estar próximo do mar. E os locais com boa música estão cada dia mais escassos. Ou estarei ficando mais exigente?

Fiquei debaixo do sombreiro, ouvindo somente o que queria e vendo a vida passar. De vez em quando desligava o som e lia o texto teatral em francês que comprei em um sebo. Uma frase, dicionário na mão. Mais três frases, dicionário novamente. Assim caminha a aprendizagem...

Apesar de ser um texto mais profundo do que um simples romance, a leitura do texto teatral clássico tem me atraído porque não há aquele problema de perder alguma frase ou parágrafo e perder o fio da narrativa. Na peça teatral os personagens não são em grande quantidade e têm características bem visíveis e delimitadas. Quanto às suas falas, tento ler como se fossem poesia, como se as frases fossem versos e tivesssem seu sentido independente (ou não) do contexto. Para tentar captar o que for possível.

Entre um mergulho e outro, entre músicas e leitura, acompanhei personagens circulando por todos os lados. Perdidos entre letras e entre espaços de areia e mar.

Na volta para casa fui almoçar num daqueles restaurantes chineses da Barra. A comida, que estava saborosa, me fez um mal terrível. Nem tudo é perfeito num dia de sol.

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