24.8.08

A principal avenida

Final de semana de muito calor em Montreal. O verão persiste. Lá fora o clima chega aos 30 graus. O fato de as residências serem feitas de material que acumula calor faz a temperatura dentro de casa ser maior do que na rua. É o contrário do que normalmente acontece no Brasil, onde chegar em casa representa alívio para o sol e o calor da rua.

Agora à noite a temperatura baixou mais um pouco, lá fora está em torno de 25 graus, bem mais agradável. Mesmo assim, dentro de casa os termômetros indicam entre 29 e 28 graus.



Desde a última quinta-feira a avenida Saint-Laurent está em festa, virou um shopping a céu aberto. Depois que vários meses em reforma, agora com novas calçadas, a avenida quer reconquistar o seu público. O trânsito aos veículos é fechado e as lojas põem na rua os cabides, araras e balcões com mercadorias e fazem descontos. Os restaurantes e lanchonetes montam barracas e servem refeições rápidas e lanches. Também há apresentações musicais. Aproveitei o bom preço para comprar um casaco reforçado para o inverno.

A avenida Saint-Laurent divide Montreal no meio, no sentido leste-oeste. É conhecida como "The Main" ou "La Main", pois já foi a principal avenida comercial da cidade. Do lado leste se concentra a população que fala francês. Do lado oeste, a parte inglesa da cidade. Há muitos prédios históricos preservados. Mas a Saint-Laurent perdeu espaço comercial para a Sainte-Catherine, a preferida pelo turistas, que vive entupida deles.



A Saint-Laurent dá uma mostra da mistura de culturas do Canadá. Tem restaurantes e mercearias de várias nacionalidades: portugueses, italianos, gregos, chineses, japoneses, indianos, judeus, etc.

Para chegar na Saint-Laurent caminho sete quadras na direção norte, seguindo a avenida Mont-Royal. Daí é só seguir a movimentação.

19.8.08

Medalhas

O Canadá sobe ao pódio e avança no quadro de medalhas das Olimpíadas de Pequim. Como ninguém nunca está satisfeito, o governo de Ontário lamenta o fato de haver proporcionalmente poucos atletas de sua província na delegação do país. Ontário tem quase 40% da população do Canadá.

O quebequense Alexandre Despatie ganha medalha de prata no salto ornamental, repetindo a sua performance em Atenas 2004.



Os comentaristas da Tv, ao notar que há brasileiros no time de vôlei de praia da Georgia, chegaram a sugerir que o Canadá deveria importar gente do Brasil com talento esportivo. Não é estranho que haja brazucas morando e jogando pela Georgia?

13.8.08

Olimpíadas

A vida segue. No início de setembro retorno às aulas de francês. Vou estudar em uma escola bem perto de casa. Para quem é residente do Canadá o preço é bem baixo, quase de graça. O governo faz o que pode para que os imigrantes falem bem a língua, possam trabalhar e se integrar à sociedade.

Em setembro também começo um curso que vai me ajudar a entrar no mercado de trabalho com mais qualificação. A duração vai ser de um ano.

O Canadá ainda não ganhou sequer uma medalha nas Olimpíadas. A gente acha que só o Brasil tem dificuldade para subir ao pódio. Que nada, é difícil para todo mundo. A não ser para a China e para o nadador americano Michael Phelps.

A mídia está ficando impaciente. A gente nota no tom das piadinhas dos apresentadores de TV. Por sinal, a cobertura das Olimpíadas aqui é total, o dia todo. A programação normal cai fora, com exceção dos telejornais. Isso não acontece no Brasil, onde a população não abre mão das novelas por nada.

5.8.08

Verão com chuva

O verão traz mil festas e festivais a Montréal. Toda hora tem show musical rolando e dezenas de festas acontecendo. O governo investe pesadamente para atrair turistas para o país e suas cidades. Uma coisa interessante é que após cada evento de grande porte há uma prestação pública de contas. Com cobertura na televisão. Quanto o evento rendeu, se deu prejuízo, se houve lucro, se valeu a pena. Tudo é esmiuçado. Fico pensando se tudo consegue ser medido. Se o movimento dos restaurantes, das lojas, dos bares, das boates, dos hotéis e dos cafés consegue ser medido. Mas o importante é que a população tem a resposta aos seus questionamentos. Vale a pena ou não realizar novamente o evento? Quase sempre a resposta é positiva.

Os festivais têm shows gratuitos e pagos. No último final de semana, durante o festival Divers/Cité, vi um show da cantora canadense Debora Cox. Assim, de graça, na praça, com conforto. O canadense não gosta de ficar se apertando junto a outras pessoas. Uma cantora que faz um som dançante e que já vendeu mais de 5 milhões de discos no mundo. O público foi à loucura.

No mesmo festival, a DJ brasileira Ana Paula, que desde o ano passado fez muito sucesso em Montréal, voltou a bombar e fazer o povo dançar. Desta vez ela veio como celebridade e trouxe mais dois DJ brasileiros e a cantora Amannda. Foi uma pena que tenha chovido durante a tarde. Depois da chuva não tive mais pique para acompanhar e ver o show da Ana Paula até o fim. A essa altura eu já estava em casa dormindo.

Recomeço

Toda mudança traz coisas boas e dificuldades. Nem tudo é colorido, nem tudo é cinzento. Recomeçar a vida nem sempre é fácil. Resolver mil documentos, mil coisas, procurar trabalho, decidir entre estudar e trabalhar, ou os dois.