O final de Belíssima, novela de Silvio de Abreu, premiou personagens libertários: lésbicas, gays, mulheres maduras dispostas a pagar por momentos de felicidade, fogosas mulheres casadas. As lésbicas, que o autor teve que apagar do roteiro em Torre de Babel, surgem glamurosas em um iate. Mesmo que só no último capítulo.
Em entrevista na Veja, o autor se declarou impressionado com a aceitação do público brasileiro com personagens cafajestes. E não é que ele deixou a malvada Bia Falcão numa boa, em Paris, tomando champagne com o garotão de luxo? Mesmo depois de a vilã passar muita gente para trás, roubar e matar.
Era de se esperar um final mais duro com ela, mesmo com a sugestão de que, fugitiva da polícia brasileira, estaria com a polícia internacional em seus calcanhares. Para o público fica sempre a cara de impunidade no país, como se a isso fosse um reflexo da política nacional. Ora, a política é que é um reflexo da população.
Quem deu um show, como sempre, foi Fernanda Montenegro. No papel de uma senhora com mais de 70 anos, beijando um rapaz na casa dos 20 e ainda fazendo comentários do tipo: “Você tem mãos divinas”. Como anotou um colunista, provavelmente para fazer bom uso delas.
Mulheres que pagam pelo prazer: não há limites de idade. Se os homens podem, por que não as mulheres? Uma vez ouvi um relato de que mulheres idosas ou com menos atributos físicos procuram realmente garotos de programa. O mérito do autor foi mostrar o assunto no horário nobre da TV. Ponto para ele.
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