9.8.09

Andanças

Hoje eu vi o verde. Hoje eu vi os rastros espalhados na grama. Vi litros de alegria e preguiça. Hoje eu ouvi o som que vem do tempo. O som que vem da longevidade. Ouvi palavras estranhas, mas que me parecem familiares. Ouvi sons que me emocionaram, que disseram mais a mim do que o que tentaram me impor, mais do que era acreditado e cultuado. Vi imagens de um tempo perdido, imortal, atemporal, que os anos não levam embora. Eu comecei a ver cores nos espaços onde elas costumam não estar. Vi coisas que pareciam ocultas, mas que estavam sempre debaixo dos meus olhos, sem que eu me desse conta. Eu vi e ouvi segredos bem guardados. Senti que tempo e espaço são relativos, que as belas palavras são imortais, que as cores são infinitas e que as emoções não são culturais, são humanas. Sei que tudo faz parte de um equilíbrio delicado. Sei que tudo muda, sei que cada etapa tem o seu tempo, mas gostaria de prolongar as cores do verão.

Vi e ouvi o show de Leonard Cohen na televisão pública de Vermont. O velhinho de Montréal joga duro. Gostei mais do que qualquer outra coisa francófona que já ouvi antes. Sorry, mes amis, mas música, ah, música, isso é em inglês.

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