O meu pai gostava muito de comida árabe e minha mãe procurava aprender novos pratos. Em alguns finais de semana, a gente frequentava o restaurante de um árabe (sírio, acredito) que ficava em uma belíssima localização, de frente para o mar de Ilhéus e servia pratos bem feitos. Onde houvesse comida árabe de boa qualidade na cidade, lá íamos nós experimentar. A cozinha do Oriente Médio é rica e delicada. Os sírios e libaneses costumam servir pequenas porções de uma infinidade de pratos deliciosos.
Swarma Wrap |
Aqui no Canadá me deparei com uma quantidade enorme de restaurantes árabes fast-food. Eles são diferentes da rede brasileira Habib's, que basicamente vende lanches árabes prontos e sanduíches. Os restaurantes fast-food daqui sempre têm um buffet de saladas, molhos, carnes e acompanhamentos. Que podem ser servidos com arroz ou enrolados em pão árabe, bem fino, para montar um wrap (sanduíche enrolado) bem saboroso. O sanduiche fica nutritivo, pois tem bastante salada, pequenos pedaços de frango ou carne grelhada, homus tahine e molho de alho. Quibe é que, infelizmente, nunca encontrei por aqui, embora tenha ouvido falar que existe em alguns resturantes.
O frango e a carne são preparados na grelha giratória, do tipo que no Brasil se conhece por "churrasco grego". Onde as carnes são amontoadas e vão grelhando aos poucos. Para a minha insatisfação, toda vez que peço um wrap, a quantidade de homus colocada é bem pequena. Acho que eles ficam economizando. Compenso a vontade de comer a tal pasta preparando grandes quantidades dela em casa.
Churrasco "grego" |
A cozinha do Oriente Médio caiu nas graças dos canadenses - e do mundo - pelo sabor delicado e pelos ingredientes leves. O homus é adorado por carnívoros e herbívoros. Aqui acha-se ele pronto, com diversos sabores adicionados: alho grelhado, pimentões, cebolas grelhadas, azeitonas, etc.
Quando comecei a pesquisar sobre cozinha baiana, na época da Faculdade de Comunicação, conversei longamente com senhoras de algumas dessas famílias vindas do outro lado do mundo. Fiquei impressionado com a paixão pela culinária, com as lembranças que as comidas traziam, com os procedimentos de preparo. Com a emoção de falar das melhores recordações que a comida traz. Quase que eu mudo o foco do meu trabalho. Quase que paro de falar do dendê e do acarajé e vou falar da cozinha árabe do Sul da Bahia. Da presença do quibe no tabuleiro da baiana.
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