28.9.12

O brasileiro é um sedutor

O brasileiro é conhecido pela simpatia. Em geral é comunicativo, alegre, gosta de fazer amigos, quer agradar, foge do isolamento. Os brasileiros têm uma boa imagem entre os demais povos do mundo. Principalmente porque o país não costuma entrar em guerras.

O sonho de muitos franceses é passar o verão no Rio de Janeiro. Portugueses, espanhóis, italianos e alemães veem o Brasil ainda como uma terra de oportunidades. Mesmo que a "oportunidade" seja a de ter uma casa de praia a preço acessível. Russos, indianos, chineses e iranianos têm despertado, principalmente nos últimos anos, para um curioso país que vem enriquecendo, é um bom parceiro comercial e tem uma gente simples e receptiva, sem preconceitos típicos de outras civilizações mais antigas. Turistas israelenses veem o Brasil como um lugal tranquilo e sem maiores conflitos para as férias. Canadenses admiram o clima, a natureza, as festas e o notam como concorrente em importância na América. Os americanos continuam a fingir que nada veem.

Às vezes penso que há algum excesso em tudo isso.

O brasileiro é mais do que simpático. O brasileiro é um sedutor.

O verbo seduzir tem vários significados, positivos e alguns negativos. No lado positivo, seduzir significa causar admiração ou atração. Encantar, fascinar.

Essa sedução começa dentro do país. No Brasil há um culto sem fim à beleza. Os especialistas da cirurgia estética são conhecidos mundialmente. Modelos brasileiros, mulheres e homens, são exportados em containers de navios, partindo principalmente da região Sul. Mas também tem gente que sai do Nordeste e vai brilhar no planeta, como aquela baianíssima morena de olhos verdes que ilumina as publicidades da Victoria's Secret.

Os espetáculos de Carnaval mostram pessoas seminuas, homens e mulheres, sambando na tela da tv, cobertas por minúsculos fios de tecido, seduzindo o país e o mundo. Mas a nudez parcial ou total em uma praia urbana pode incitar ao apedrejamento pelo júri popular. Uma revelação das contradiçoes de um povo que não se livra do estigma de ser índio e de ter que cobrir a sua nudez tropical, tão pacífica e natural.

O mestre da sedução
Pelo lado negativo, sedução, no âmbito jurídico, é  "crime que consiste em iludir jovens, acima de 14 e abaixo de 18 anos, valendo-se da sua falta de experiência ou da sua confiança para manter com ele/ela conjunção carnal". Talvez, por esse sentido, o termo sedutor seja pouco utilizado para descrever pessoas.

Mas seduzir também significa ter grande influência sobre alguém. O sedutor, na realidade, não quer apenas agradar. Ele quer ter poder e influência sobre aquele a quem tenta ser agradável. Não necessariamente quer conseguir vantagens imediatas, mas não quer perder alguma possibilidade. Seja financeira, amorosa ou de status social. Quer tornar a sua vida melhor, de algum modo. Seja pelo lado material ou pela harmonia nas relações ou construção de uma rede de relacionamentos (a tal da network), que talvez lhe seja útil para conseguir um emprego mais tarde. Ser considerado  "gente boa" é talvez a consagraçao pelo esforço de agradar.

E para isso vale tudo. Até a utilização do seu "capital erótico", como um livro recentemente lançado definiu. É quando beleza e charme de homens e mulheres funciona como moeda de troca em ambientes profissionais.

Neste mundo de população gigantesca e de batalha difícil pelo sucesso, vale tudo. Manter o corpo atraente, a pele bem cuidada, o cabelo caprichado, vestir-se com elegância. Ser simpático e agradável.

As brasileiras são mestras nos aspectos da vaidade e no mundo só acham rivais entre as russas e ucranianas, depois de desbancar, e isso faz muito tempo, as elegantes francesas. As brazucas são ases na difícil ciência de andar de saltos altos. Uma incógnita que deixa várias canadenses, chinesas e muitas europeias sem entender a arte do equilíbrio daqueles movimentos suaves, quase circenses, sobre apoio de superfícies de um simples centímetro quadrado. Do salto do sapato, quis dizer, não do trapézio ou do fio de aço esticado lá no alto.

Já muitos brasileiros cultuam em demasia a boa forma dos corpos. Seja o alheio ou o seu próprio. Além do jeito expansivo que caracteriza o "gente boa". Quando quer agradar, veja bem.

O lado duro é que o excesso de preocupação pode revelar baixa auto-estima e falta de confiança em si próprio. Há mesmo tanta necessidade de beleza e de agradar? Para os italianos, a beleza, em todos os aspectos, é uma questão de vida. É como se não houvesse confiança em mais nada, na justiça, nas instituições, nas relações humanas e restasse apenas a estética. A beleza sagrada das obras de arte, da comida elaborada, do design dos móveis, roupas e objetos, além dos rostos e corpos.

Continuo achando que há um excesso em tudo isso. Em minha reles opinião, aquilo que se realiza pelo outro, o modo gentil de tratamento e a empatia são bem mais marcantes do que o "impacto" causado pela atratividade que a beleza traz.

22.9.12

Vida digital

Blog, Twitter, Facebook, Google+, Couchsurfing, Meetup, Email, MSN, Skype e outros não citáveis. A vida intermediada, ampliada ou reduzida pelas redes sociais..

20.9.12

Livros a mancheias

Desde que decidi trocar de país, mudei de casa seis vezes durante cinco anos. A quase totalidade dos meus livros ficou em local seguro, em recinto familiar, com hospedagem gratuita. Com tanta mudança na vida, o espaço habitável disponível vale como pedra preciosa. Livro ocupa muito espaço e é pesado na hora da mudança. Então prometi a mim mesmo evitar comprá-los.

Nos últimos tempos uma boa opção é ler no e-reader. Lá cabem centenas de livros sem ocupar volume algum e com peso zero. E posso transportar o apetrecho facilmente para qualquer lugar. Às vezes sinto falta de rabiscar no livro, de anotar a tradução de alguma palavra. Para isso, só o de papel ou e-ereaders mais avançados. O meu não tem esse recurso.

Também pego muita coisa na biblioteca pública. Além de ser gratuito e não ocupar espaço, o prazo de devolução serve como um incentivo para não ficar enrolando e terminar logo a leitura.

A oferta de livros em Toronto é muito grande. Adquiro, vou confessar, alguns por preços simbólicos em feiras beneficentes e em lojas de artigos usados. Encontro livros deixados para doação em caixas nas calçadas e até na lavanderia do prédio, onde os moradores deixam exemplares para que outras pessoas levem para casa.

Como se nao bastasse toda essa facilidade, de vez em quando as livrarias fazem promoções fantásticas. E quando se dá sorte de achar o que se quer, é uma maravilha. Há alguns meses entrei na loja de uma grande rede para comprar um livro no formato de arquivo eletrônico. Havia uma surpreendente promoção dos livros reais, não digitais. Até 80%(!) de desconto. Achei um romance de um dos meus autores favoritos, o irlandês Colm Toíbin. De 30 por 7 dólares. Não tive escolha, apesar da promessa que fiz, carreguei o luxuoso exemplar de capa dura e sobrecapa para casa. 

15.9.12

Mar de água doce

Nada comparável a algumas cidades européias, onde a cultura do ciclismo é mais antiga e mais forte, Toronto oferece várias vias que permitem passeios bem interessantes de bicicleta. Atualmente um dos meus trajetos preferidos é a ciclovia que vai até o Tommy Thompson Park, uma península que segue lago adentro.

Pássaros fingindo que são folhas (clique para ampliar)
Saindo do centro da cidade, o caminho passa por Cherry Beach e vai margeando o lago Ontario. Ciclistas, corredores e patinadores dividem a pista de multiuso. Há uma curta interrupção, pega-se o acostamento da pista de carros e retoma-se a via asfaltada do parque Tommy Thompson, com uma bela vista de Toronto.

Apesar de toda a beleza, o parque não foi criado pela natureza. Inicialmente era um cais para acostamento de grandes navios. Com a desistência do projeto, virou depósito de entulho de construções. A natureza fez então a sua parte. Os pássaros tomaram conta do local, que estava abandonado. A vegetação se espalhou e se desenvolveu. Com o apoio e proteção de grupos ecologistas, o monte de pedra e entulho virou um bosque no meio das águas, bem perto do centro da cidade. 

Lá não é permitida a circulação de veículos. A pista asfaltada é tomada por esportistas e gente passeando a pé. Existe também um clube náutico, mas só para barcos pequenos.  Há uma parte que virou habitação dos pássaros e o acesso não é permitido, nem para pedestes. Os pássaros não gostam de barulho. Os corvos-do-mar voam em fileiras, formando cordões no céu e indo pousar nas árvores como se fossem folhas.

Pego a minha bicicleta mais nova e mais leve, de quadro de alumínio e chego com menos esforço e em menos tempo, uns 40 minutos. A minha mais antiga, cheia de suspensões e amortecedores é incrivelmente mais pesada. Ela tem, no entanto, a vantagens de ser mais confortável para as imperfeições das pistas da cidade. Com ela subo e desço até degraus, mas na hora da distância longa, o esforço é muito maior. 

Na pista do parque vou me deparando com ciclistas que, solitários ou em grupos, pedalam com seus trajes esportivos. Capacetes, óculos protetores, luvas, tênis sem cadarço, bermudas e camisas de tecido sintético e coladas no corpo, para diminuir o atrito do vento. As bermudas são acolchoadas internamente e as camisas têm bolsos nas costas.

Fui dar uma olhada nos preços dos equipamentos. Tem bicicleta de aço carbono que chega ao preço de um carro novo. A grande vantagem dessas bicicletas é o peso reduzido, que permite vencer distâncias com maior velocidade, menos esforço e menos tempo. Mas algumas são caras demais. Tem gente que prefere então comprar um bom exemplar usado e reserva uma parte do orçamento para manutenção.

Os acessorios não são menos caros. Uma simples bermuda de ciclista, com tecido antimicrobiano, em loja especializada, pode custar o preço de uma bicicleta simples, em uma grande loja de departamentos. Uma simples bermuda de tecido sintético e colante, com reforço de acolchoamento nos fundilhos. Para não machucar os... fundilhos.

No final da pista do parque há um farol com mais um belo panorama da cidade. No lado oposto, a imensidão das águas: o lago Ontario. Quase um oceano, que faz a vista se perder. Onde tudo que vê é o horizonte infinito, caminho para se chegar a um outro pais. É um mar tranquilo, sem ondas, de águas doces. Um dos Grandes Lagos, um dos maiores tesouros norte-americanos.

13.9.12

Encontrando Monsieur Lazhar

Pessoas que chegam de todos os cantos e de origens as mais diversas se encontram no French Meetup de Toronto. É como se fosse um pequeno retrato do que é a cidade. Com um drinque, água ou chá na mão, seja para desinibir ou para molhar a garganta, os participantes deixam a língua solta.

O último encontro foi bem rico. A primeira pessoa de quem me aproximei foi uma senhora com cara de francesa. Cabelos claros e curtos, um grande nariz aquilino, ela segurava um copo de chá quente fumegante. Não era francesa, era canadense. E o seu francês não era grande coisa, às vezes eu tinha dificuldade de entender ou escutar, pois ela falava baixo. O seu nariz, tão marcante, me pareceu uma herança árabe ou espanhola. Não quis perguntar, fiquei com medo de parecer indiscreto.

Acabei descobrindo que ela trabalha por conta própria operando com açoes na bolsa. Conversamos sobre aplicaçoes financeiras no Canadá e no Brasil e ela me convenceu que os títulos da Petrobras, atualmente em baixa, vão subir em pouco tempo, assim como os de outras petrolíferas, por causa das confusões no Oriente Médio e no Norte da África.

Logo a seguir conheci um franco-canadense originário de Winnipeg, capital da província de Manitoba, vizinha de Ontario. Eu sabia que existem comunidades francófonas em Manitoba e foi muito bom saber mais sobre o assunto. Uma das grandes escritoras do Canadá chama-se Gabrielle Roy, é originária de Manitoba e escreveu sua obra em francês.

O rapaz aparentava ser bem jovem, mora e trabalha em Hamilton, uma cidade que fica a uns 70 quilômetros de Toronto. Cabelo preto, pele clara, óculos redondos, não parecia descendente de ingleses ou irlandeses. Para chegar no French Meetup ele pega o carro e dirige uns 40 minutos. O sotaque dele era um pouco mais brando, menos nasal, do que o dos québecois. Ele me falou que considera o francês a sua língua materna. pois estudara em escola  francófona, apesar de ter feito universidade em inglês.

Perguntei por que optar por se alfabetizar em francês. Ele me falou que é a língua da sua família.Que a população da cidade de onde ele veio, na região metropolitana de Winnipeg, que não lembro o nome, também fala francês. Ele ainda me disse que algumas cidades francófonas de Manitoba têm nomes de santos. Religião Católica e língua francesa são inseparáveis.

Comentei que eu acho enriquecedor uma criança estudar em francês no Canadá. Pois vai aprender inglês de qualquer modo, pela televisão, computador, videogame ou nas ruas. Ele fez uma observação interessante, que, além disso, o inglês ensinado na escola francesa é de boa qualidade, o que facilita tudo.

A situação inversa não costuma acontecer com crianças e jovens que estudam em inglês. Os canadenses que moram fora do Québec aprendem francês na escola como segunda língua, mas quase não têm oportunidade de praticá-la e acabam esquecendo. Do mesmo modo como ninguém aprende a falar inglês no Brasil só estudando na escola.

Depois foi a vez de bater papo com um senhor da Argélia. Gorducho, pele morena, cabelos grisalhoso cacheados. Vi de cara que era árabe. Ele mora e trabalha em Brampton, na região metropolitana de Toronto, e ensina matemática e ciências em uma escola francesa. Lembrei imediatamente de Monsieur Lazhar, o filme do Québec que concorrreu ao Oscar de filme estrangeiro neste ano e que ganhou o prêmio de melhor filme canadense no Festival de Toronto 2011.

O filme conta a história de um professor argelino que vai ensinar francês em uma escola de Montréal. Na sala de aula ele se depara com diferenças culturais, com o novo método de ensino e com a carga emocional causada pelo suicídio da professora anterior. Ele me falou, entre risadas, que quando foi ver o filme, também se reconheceu na tela. A arte copia a vida, não é? Conversamos mais um pouco sobre assuntos polêmicos do Oriente Médio, mas o tema é bem espinhoso, melhor seria não provocar mais.

O professor foi embora e eu fiquei decidindo se tomaria mais uma cerveja. Sim, decidi ficar mais um pouco.

Ao lado estava um grupo conversando animadamente. Achei o sotaque diferente e perguntei se eles estavam falando francês com sotaque italiano. Um rapaz mais comunicativo, de olhos claros e cabelo curto e espetado deu risada e disse que não. Disse que era russo, que morava há muito tempo em Toronto, que tinha chegado aos dez anos de idade no Canadá. Falou que tinha aprendido francês enquanto estava estudando na Espanha. Ou seja, era daqueles que falam uma quantidade de línguas que podem superar o números de dedos de uma mão.

Ele era bem jovem, não aparentava nem 25 anos e falava francês com ótimo vocabulário. Em minha experiência aqui neste país, tenho visto que alguns russos têm uma capacidade inacreditável de aprender novas línguas. Eu tenho a impressão de que, como a língua deles é muito complexa, cheia de variaçoes, e o alfabeto cirílico mais extenso, com sons que nem todas as línguas possuem, os russos devem achar o resto fácil de aprender.

Os últimos personagens da noite não foram menos interessantes. Eu tinha reparando antes, um cara completamente careca, pele morena, óculos modernos de aros grossos e uma "mosquinha" branca logo abaixo do lábio. Quando eu falei que era brasileiro, ele falou em francês que também falava português. Achei que mais alguém capaz de falar algumas frases de português misturado com espanhol. Mas ele revelou logo a seguir que era angolano.

Ele falava um francês excelente. Perguntei onde tinha aprendido e ele me disse que havia morado durante oito anos na França. Comentou que havia uma brasileira no evento. Ela chegou logo depois. Olhos amendoados, cabelo bem preto, liso e comprido. Feições orientais. Descendente de japoneses, de São Paulo, pensei e acertei no alvo. O primeiro brasileiro que encontrei no evento que frequento há alguns meses.

Muito simpática, ela tinha ido apenas acompanhando o angolano, pois não falava nada de francês. Eles trabalham juntos no mercado imobiliário em Toronto e estão tentando convencer canadenses a comprar imóveis no Brasil. Conversamos um bocado - em português. O sotaque do angolano não era difícil de compreender. Falei da grande quantidade de imóveis no litoral  do nordeste brasileiro adquiridos por europeus, que os possuem como casas de veraneio. Desejei boa sorte à dupla na empreitada, mesmo sabendo que canadenses e americanos não costumam ir além do Caribe e da América Central.

4.9.12

Festa brasileira em Toronto

Ontem foi o Brazilian Day Canada 2012, uma festa da cultura brasileira que ocorre em algumas cidades do mundo: Nova York, Toronto, Tóquio, Londres, Los Angeles e Luanda (Angola). O evento ocorreu em uma das praças mais centrais e movimentadas de Toronto, a Dundas Square. Há um grande palco montado para os shows e várias barracas de comidas, vendas de produtos, publicidade. É um bom cartão de visita para dar visibilidade à cultura brasileira. A imigração brasileira acaba de completar 25 anos em Toronto. É uma das comunidades mais novas no Canadá.

A atração principal deste ano, a dupla Jorge e Mateus, parece estar fazendo muito sucesso no Brasil, ao misturar música sertaneja romântica, forró e batidas de axé music. Mas não me disse muita coisa. Preferi o show de Ivete Sangalo, há dois anos. De qualquer modo, foi bom ouvir a música hit, sucesso mundial, "Ai se eu te pego" cantada e tocada ao vivo, por um grupo brasileiro, pela primeira vez!

Foi ótimo encontrar uma turma de novos amigos, alguns brasileiros, os demais de outras nacionalidades. Os amigos brasileiros que conheço aqui, já moram há bastante tempo e não têm mais disposição para este tipo de evento. Havia muita gente com camisas amarelas da seleção brasileira, bastante gente jovem, mas poucas famílias. Tive a impressão, posso estar enganado, que a maior porção dos participantes era de estudantes brasileiros em Toronto.

Eu me recusei a ir atrás da coxinha de galinha. Os expositores aproveitam este tipo de evento para vender a comida quase pelo triplo do preço normal. Prefiro ir comer nas padarias e bares do bairro português, que têm boa oferta dos salgados brasileiros. Optei por comida tailandesa (!) no Eaton Centre. Os pratos de feijão-com-arroz, disponíveis na festa, sempre preparo em casa, então não sinto falta. Brigadeiro, da mesma forma. Queria mesmo era acarajé e abará, com muito vatapá e molho de camarão seco e defumado. Mas aí só em um "Bahia Fest Canada". Quem sabe um dia.