Faz calor nessa terra. Vou para a academia e suo horrores. Durante o dia todo há o mesmo calor, o que ajuda é a brisa do mar. À noite, é o velho e bom ar-condicionado que vem quebrar o galho e suavizar o sono.
Há muitos turistas em Ilhéus, que enchem as lojas, bares e restaurantes. Mas é turismo rápido, boa parte dos visitantes vem de navio e permanece somente um dia. Mesmo assim, a cidade fica bem movimentada. O sucesso turístico deste verão é a versão sul-baiana do projeto Casa Cor. Só que aqui os arquitetos planejaram ambiente temáticos, que reconstituem o Bataclan, o cabaré retratado no livro e na novela Gabriela. No prédio original, restaurado e preservado, também há loja de souvenirs temáticos, galeria de arte e restaurante. A Casa do Artista, outra construção interessante, foi reinaugurada, há programação constante de peças locais. Vou conferir.
Um jogo de futebol movimenta a cidade hoje. É o Colo-Colo, time e paixão local, campeão baiano há pouco tempo, que se apresenta. Daqui de casa ouço o barulho e consigo ver uma parte da movimentação. Fogos de artifícios, batucada, gritos. É uma energia contagiante, que mesmo quem não é adepto da loucura do futebol, consegue ficar isento.
Falando sobre o Bataclan, uma prima minha me contou uma história interessante. O pai dela, hoje falecido, um distinto senhor, simples e de boa índole, que fez de tudo na vida, inclusive de trabalhar em banca de apostas de jogo do bicho, ficou impressionado quando a novela Gabriela foi lançada pela Globo. Ele viu na TV a reconstituição perfeita do tempo em que ele frequentava o local. Ele dizia que as mulheres se vestiam e se comportavam da mesma forma. E ficava impressionado com a semelhança física da atriz global (Heloísa Mafalda) com a sua personagem, a dona do cabaré, a cafetina Maria Machadão.
O senhor de pele bem alva, de grandes olhos azuis, herança dos primeiros alemães que vieram plantar cacau no sul da Bahia, dava risadas contando que se divertia muito no local com as meninas. Que em uma certa época chegou mesmo a ficar às custas de uma delas. E que as meninas eram chamadas de "batatinhas". Mas isso nem Jorge Amado e a Globo sabiam ou se lembram. Na novela elas não tinham esse carinhoso apelido.
No comments:
Post a Comment