Existem pessoas com as quais simpatizei, que me davam a impressao que poderiam ser mais próximas, mas que a amizade nunca ocorreu. Sei listar várias pessoas assim. Talvez um estilo de vida diferente, ou mesmo, no fundo, nem tanta afinidade assim, tenha sido o motivo da falta de aproximação. Vá entender.
Keith Haring |
Já na minha primeira Faculdade, o clima bélico era bem mais visível. Existiam duas turmas simplesmente inimigas, de chegar às vias de fatos, às agressões físicas. Havia uma diferença de classe social, talvez. Ou mesmo de cor, na velha afro-Salvador. Os provenientes de classe média alta, apelidados de "branquinhos" pelo grupo oponente. Esses eram mais boas-vidas, mais vivedores, mais despreocupados com o futuro. Do outro lado, uma turma mais esforçada, mais preocupada, mais "moreninha", digamos assim, e sem tanto apoio familiar. Eu me sentia alheio a tudo, nem de um lado, nem de outro.
Na minha segunda Faculdade, a minha interação com os colegas foi menor. Eu trabalhava e quase não tinha tempo livre para interagir. E não era sem inveja que eu via os colegas, em tempo de aula vaga ou de greve, indo para algum boteco enquanto eu ia para o trabalho. Mesmo com o tempo restrito, guardei bons amigos, com os quais ainda mantenho contato.
Tenho um primo, hoje médico, proveniente também da minha cidade, que terminou a escola há mais de três décadas. E que se reúne com a sua turma quase todos os anos. Hoje na faixa dos 50 anos, os colegas ainda organizam jantares de reencontro e acho que ainda vão continuar organizando. Mas penso que é uma exceção.
Talvez as características da minha geração, a tal da X, a tornem mesmo uma incógnita. Cheia de yuppies com seus desejos e lutas sem fim por sucesso e riqueza, o que termina por afastar as pessoas. O que é uma pena.
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