22.11.11

Mudança de hábito

A chegada do outono, além das baixas temperaturas, da monotonia do cinza no céu e da menor quantidade de luz durante o dia, ainda diminui a chance de andar de bicicleta ao ar livre. Uma merda. Ou eu achava que era assim. Eu via aquelas pessoas meio estranhas, parecendo corajosas, circulando pela cidade, agasalhadas ao extremo em cima de uma bicicleta, parecendo lunáticos, usando luvas, casacos, cachecol, toucas ou protetores de pescoço. E o capacete, que nunca pode faltar. Eu achava algo diferente, coisa de canadense.

Eu achava que era impossível para mim, que, apesar de adorar circular de bike, não tolero frio demais. Até que, conversando com um amigo brasileiro, que também é ciclista e que mora há mais tempo nesta geladeira, fui convencido do contrário. Ele me disse que roda de bicicleta o ano todo, até no inverno. Basta estar bem protegido.

Então eu tomei coragem e resolvi encarar o frio sobre duas rodas e com vento na cara. Foi muito menos difícil do que eu pensava. Me senti muito confortável, sem sentir calor, andando de bicicleta pela cidade, em temperaturas que se aproximam do zero e com sensaçao térmica chegando aos graus negativos, por causa do vento.

Para pedalar com conforto, é muito importante usar luvas. As mãos vão na frente, no guidom, e recebem todo o frio. Precisam estar protegidas. As orelhas também. Uma touca de lã por baixo do capacete, não precisa nem ser muito grossa, resolve bem. Depois de alguns minutos pedalando, chega-se a suar por baixo de tanta proteção.

Se a gente pensar que o ski, que nunca fiz, é praticado em temperaturas bem mais baixas, em cima do gelo e com um vento bem mais intenso, andar de bicicleta no outono ou mesmo no inverno da cidade é fácil, fácil. Acredite.

Agora, com muita neve fica difícil. Em Montréal era cena comum bicicletas estacionadas nas ruas durante todo o inverno, sob uma grossa canada de gelo. Como aqui tem Toronto tem menos neve e a coleta parece ser mais efetiva, acho que vai dar para rodar, pelo menos nos dias menos frios. Vamos ver.

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