Para escapar do sono e não perder o prazo de entrega de um texto, me entupi de café. Deu certo, mas a madrugada avança rápida e estou de olhos arregalados. Torço para que uma dose de scotch faça as pálpebras pesarem.
Mais cedo fui ver uma peça com texto de M. Rubens Paiva. Produção grande, cheia de anunciantes e patrocinadores, uma sorte na secura baiana. Teatro luxuoso, hall bem iluminado, público composto na maioria de moçoilas de nariz empinado e cabelos escovados e rapazotes bem-nutridos, criados à base de sucrilhos Kellog's. Achei o texto fraco, algumas cenas pareciam esquetes de um desses programas de humor televisivo que beiram a idiotia, do tipo Zorra Total.
Salva-se o ator Marcelo Prado, que confere bastante comicidade ao seu personagem. O mérito é todo dele, não das falas do seu personagem. Incrível como ele consegue passar do drama para a comédia em um piscar de olhos. Os demais atores fazem um trabalho correto. Mas o texto é muito raso, adolescente, não empolga. Não vi ninguém se levantar para aplaudir, o que normalmente acontece no teatro baiano.
Saindo do plano teatral, tenho pensado sobre as relações entre as pessoas. Acho interessante como há gente que precisa de limites. Não apenas precisam, mas também pedem. Exigem. Será algum tipo de carência? Acho que sim. É uma pena, pois não precisaria ser assim. Cada um deveria saber avaliar o alcance das suas ações por si só. Mas já que insistem...
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