4.2.08

Carná

Muitos anos habitando a metrópole da axé music me deixaram com experiência suficiente para transitar com tranquilidade entre os vários pontos carnavalescos da cidade. Este ano, tenho um outro ponto de apoio: o bairro do Canela. Mais próximo do Campo Grande e também próximo do circuito Barra-Ondina. Estou hospedado na maior mordomia.

Acabo de chegar do Campo Grande, onde via a mudança do Garcia e os trios de Ivete e do Ciclete com Banana. Ontem acompanhei Daniela Mercury com o bloco Crocodilo. Anteontem fui à festa de Iemanjá, no querido Rio Vermelho. Fui a um almoço no novo apartamento de uma amiga. Um delicioso arroz de polvo. A festa estava tranquila. O Carnaval fez dividir a população festeira. O resultado é que ficaram no bairro aqueles que realmente gostam do clima da festa de Iemanjá. Havia um palco onde Carlinhos Brown ciceroneou vários artistas. Caetano Veloso, Mariene de Castro, Riachão e até Débora Blando deram as suas palhinhas no palco da festa, em plena Rua da Paciência.

Encontrei muita gente conhecida. Foi muito bom e além de tudo havia chuva chata, como na quinta-feira feira anterior. Nesse dia, eu tinha ficado horas esperando a chuva passar, entre Ondina e Barra, debaixo de marquises e toldos. E sem a menor perspectiva de conseguir um táxi. A sorte foi ter encontrado, já na subida para a Graça, o amigo Mattei, antropólogo holandês em estadia de estudos na Bahia, que nos convidou para tomar um café em seu apartamento, enquanto esperávamos a chuva passar. Junto com ele estavam mais dois americanos e um brasileiro. O papo foi em uma mistura de português e inglês, uma vez que um dos americanos - que eu havia conhecido algumas horas antes na feijoada da casa de uma amiga - não falava quase nada de português.

A chuva só deu trégua quase às sete da manhã. Antes disso, para completar, os taxistas faziam pouco caso para transportar os foliões encharcados para suas casas. Um absurdo.

No comments: