O trechinho do livro de Dias Gomes me fez voltar no tempo. Uma
vez, em uma cidade do interior da Bahia, durante uma simples cerimônia
de inauguração, presenciei uma figura pública discursar em uma linguagem
bem parecida com a do prefeito criado por Dias Gomes. Como se não bastasse, empolgado pelos aplausos, ele
começou a declamar uma poesia (de sua própria
autoria, claro) que tinha um vocabulário tão rebuscado e pomposo, ainda
ampliado pelo gestual dramático. Virou uma caricatura fora de hora e de
local, levando aos risos abafados de boa parte da platéia. Virou
comédia. Algumas pessoas públicas parecem sofrer da síndrome de Odorico
Paraguaçu.
2 comments:
Quando morei no interior da Bahia por um ano, a serviço do Banco, ocorreu um fato do qual não me esqueço. Havia na cidade um determinado cidadão, que era o fotógrafo e também o colunista social. Ele escrevia longos textos, usando um vocabulário rebuscado e era muito elogiado por isso.
Bem, após uma festa no clube da cidade, que foi todo ornamentado com papel crepom, encontramos esta nota do jornal local:
"A decoração agradou não só pela cromática, mas sobretudo pela semântica e posicionamento".
Beijos!
Hahahahaha. Muito bom!
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