5.9.05

Feijão jornalístico

Almoço de encontro de ex-colegas de Faculdade, agora colegas de profissão. A promotora do evento, conhecedora dos atrasos da turma, marcou o almoço para as 10 da manhã. As pessoas, inclusive eu, chegaram ao meio-dia. Imagine se ela marca para as 12 horas em ponto...

Errei o caminho para Mussurunga, vulgo MussuCity, que é praticamente uma cidade dentro de Salvador, tem uns cem mil habitantes. Eu não conhecia o local, fiquei rodando pelo bairro e ligando para a casa da “patrocinadora” para confirmar o caminho. Chegando lá, uma feijoadinha caseira e saborosa, feita por Dona L., mãe da anfitriã e leitora deste blog! Olha que eu nem sabia disso.

Conversamos bastante e foi interessante perceber que as inquietações profissionais pelas quais passamos são parecidas. Baixos salários, muito trabalho, pouco reconhecimento. Eu, por ter mais tempo na área do jogo, pois já trabalhava antes de entrar na Faculdade, tenho várias horas acumuladas de reclamações e também satisfações - que ninguém é de ferro.

Um dos colegas pensa em sair do jornal, reclama por não ter hora para terminar o expediente e trabalhar em finais de semana. Já eu não sofro por isso. Tenho horário fixo e sábados e domingos livres. No entanto, os meus dias caem na monotonia e repetição. Mesmo caminho, mesmo horário. Depois de vários anos, me divirto contando os minutos do trajeto. Sei exatamente quanto tempo gasto da porta de casa até sentar na cadeira do trabalho. Coisa de louco? Às vezes dá vontade de jogar tudo para cima e viajar para um país frio e distante. Ou para uma praia ensolarada e deserta.

Outra colega parte para seleção de estágio em um grande jornal nacional. Outra pretende mudar de cidade. Outra quer ganhar mais, pois sente que trabalha muito para o que recebe de salário. Outra investe no seu mestrado profissional. E cada um vai seguindo o seu caminho, entre alegrias de um domingo entre amigos e os obstáculos a superar na profissão.

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