Os 2 Filhos de Francisco é um rolo compressor. Sacanagem, podiam ter me avisado. A carga emocional é tão grande que é quase impossível não chorar. Eu não consegui me conter, as lágrimas verteram várias vezes. E não era uma lagrimazinha de cada vez. Eram daquelas grossas, que desciam até o queixo. E olha que não sou de me deixar envolver tanto por um filme. O público sai transtornado do cinema, as pessoas de olhos vermelhos e fungando. Uma garota quase não conseguia levantar, precisou do apoio do namorado.
Não gosto de música sertaneja, mas fui ver o filme apostando no que tinha lido. De forma geral, a crítica especializada gostou. Pudera: co-produção de Paula Lavigne, roteiro de Domingos de Oliveira, Betânia cantando “É o Amor”, atuações destacadas de Ângelo Antônio e Dira Paes.
Mesmo bancado pelos próprios cantores, o filme foge do auto-elogio e registra a carreira de sucesso que passou por grandes dificuldades. A dupla Zezé de Camargo e Luciano é o resultado do sonho do pai deles, trabalhador rural, que começou a investir quando os filhos eram crianças. É o retrato do Brasil que a gente precisa. De gente honesta, simples, que trabalha e persiste muito e consegue sucesso. Uma lição em tempos de roubalheiras, mentiras e manipulações na esfera política.
Com esse trabalho, os sertanejos deram mais um “tiro certo”: alcançaram um público mais intelectualizado, os freqüentadores de cinema. Depois de assistir, dá para enxergar e sentir a música deles de outra forma, sem preconceitos bobos. Que eu mesmo já tive.
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