30.12.05

Ode à pechincha

Não existem adolescentes que não tenham fascínio por roupas de marcas famosas, as tais griffes. Mesmo aqueles que fazem a linha alternativa, esportiva ou roqueira, têm lá as suas preferências. Mesmo se não for pela marca, haverá desejo por algum tipo de indumentária que os caracterizem por pertencer a um grupo. Batas indianas, indefectíveis camisetas pretas - lisas ou com estampas de grupos de rock’n’roll. Os moderninhos, quase sempre seguidores das batidas eletrônicas, talvez herdeiros dos clubbers, tem o visual bastante pensado, pois a vestimenta quer revelar a novidade, a invenção, o futuro.

Não escapei e não escapo do fascínio com as roupas, mas nunca fui fashion victim, desses que se endivida para comprar calças, camisas e acessórios hypados - para usar um termo próprio do mundinho. Enquanto morava com a família, eu me permitia maiores arroubos fashion-gastadores. Amadurecendo, morando por conta própria e tendo que pagar condomínio, luz, telefone, combustível, mercado e vários impostos, o consumo modístico (existe essa palavra?) teve que ficar em escala secundária.

Dou preferência a peças mais baratas, mas sempre de qualidade. Observo que o avanço da tecnologia tem permitido a confecções menores fazer artigos de qualidade e a preços bem menores. Sei que as lojas caras tem vários profissionais de gabarito por trás do alto preço. Desde o estilista até o vitrinista, passando pelo programador visual das campanhas publicitárias.

Mas eu tenho contas a pagar e saio feliz quando economizo nas compras. Como aconteceu antes do Natal. Comprei uma camisa bacaninha em uma loja simples. Em uma outra loja, uma confecção local com pose de bacana, uma camisa idêntica custava 100 reais a mais. Eu me recuso a pagar.

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