Consegui sobreviver à poeira e ao cheiro das tintas. Empurra móvel para lá e para cá, coloca as coisas dentro de caixas, cobre tudo com lona plástica. Como nenhum acontecimento chega sozinho, a pintura do apartamento ocorreu na mesma semana que as aulas do curso de pós-graduação começaram.
Agenda, pasta, crachá, carteira, chaves, objetos pessoais tinham que ficar em um local muito bem reservado, pois eu corria o risco de enlouquecer, caso não achasse alguma coisa necessária para sair de casa e conseguir chegar ao trabalho e às aulas.
Os gatos também sobreviveram à confusão. Acho que até gostaram, pois passearam bastante por cima e por dentro das montanhas negras formadas pela lona.
Neste semestre não estou fazendo teatro. E estou morrrrrrrendo de preguiça de estudar. No primeiro módulo tive aulas com uma excelente professora da USP, que é a papisa da comunicação organizacional aqui no Brasil.
Agora no segundo módulo, as aulas do professor são bem interessantes e divertidas. Ele é inteligentíssimo, culto, teatral e quase um comediante. O que não gosto muito no curso de forma geral é a ênfase nos aspectos da Administração. Palavras como gestão organizacional e planejamento estratético parecem doce na boca dos professores. Fico meio enjoado, pois é um discurso que canso de ouvir lá no trabalho.
Eu preferiria estar estudando cultura, cinema, teatro ou literatura. Só que esses temas têm poucas ofertas de cursos lato senso. Mas, enfim, estudar é preciso, sempre. E tenho que admitir que o curso está efetivamente relacionado com o meu trabalho.
De resto, sou quase uma assombração na sala. São só três homens perdidos num mar de quarenta e duas mulheres, entre jornalistas, publicitárias, marqueteiras, relações públicas e até secretárias. Na época da Faculdade, a quantidade de mulheres era maior, mas a diferença não era tão massacrante. Definitivamente faço parte de uma minoria.
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