23.3.05


Casa Pueblo

Em Montevidéu, frente às poucas opções atraentes no centro, a melhor pedida foi escolher os passeios de city-tour. Fui então a Punta del Este, a 150 km da capital do Uruguai, famoso balneário internacional, em que as ruas têm nomes do tipo Beverly Hills e Miami Beach. Tudo dolarizado, para milionários de outros países.

A melhor coisa do passeio a Punta foi a visita à casa do pintor, escultor e escritor uruguaio Carlos Paez Vilaró. Aos 81 anos, o artista já montou o seu museu em vida: a Casa Pueblo, em Punta Ballena, debruçada sobre o mar, um pouco antes do balneário. A casa, que também é residência do pintor e hotel, é toda branca e de linhas curvas. Lembra aquelas casinhas gregas incrustadas nos morros sobre as águas.

Vilaró chegou a ser aprendiz de Picasso. É autor de painéis em vários aeroportos e conheceu Jorge Amado e Vinícius de Moares. É bastante reconhecido no Uruguai. Só achei meio estranho transformar a sua casa em atração turística, com venda de gravuras em dólares. É, tem artista que sabe ganhar dinheiro.

Em Punta del Este, as mansões são atrações turísticas. A guia sabia as que pertenciam aos ricos brasileiros, inclusive a do ex-presidente e detonado Collor, uma das mais bonitas e luxuosas. Fiquei me perguntando como os ricos chegam até lá, já que o clima no Brasil é mais propício ao veraneio. A explicação veio de alguém próximo: evasão fiscal. Para se estabeler em um local distante como aquele, com certeza há uma série de vantagens fiscais. A casa provavelmente não entra no rol de bens do imposto de renda.

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