6.12.03

A estréia de Lágrimas Amargas de Petra von Kant


O mundo da alta costura, as vaidades e relações de poder estão presentes em Lágrimas Amargas de Petra von Kant, que estreou na última quinta no Theatro XVIII. Figurino luxuoso e impecável, cenário bem elaborado, direção segura e interpretações precisas constroem um espetáculo marcante.

O texto do dramaturgo alemão Rainer Werner Fassbinder foi abrasileirado por Aninha Franco, a partir da tradução de Nehle e Roberto Franke. A direção é de Elisa MendesNa concepção, a peça teve a participação das oficinas dos Cursos de Aprendizado Cênico do Theatro XVIII: cenografia, texto, figurino, projeto de luz. O que significa que cada detalhe foi muito bem pensado e discutido, por um grupo de pessoas.

Margareth Xavier (O Beijo no Asfalto, A Farsa Veríssima) é a assistente de Petra, Marlene, que entra e sai do palco sem dar uma palavra. Nem precisa. Os olhos, a maquiagem, o figurino e a presença suave em cena compuseram uma das atuações mais importantes na peça. Marlene é praticamente invisível no texto. Só ganha espaço e importância no palco.

Jussilene Santana está muito bem, compondo uma Karim com uma vulgaridade na medida. A atriz tem até certa semelhança física com Hanna Schygulla, na versão filmada de Fassbinder. Rita Assemany, excelente, compõe uma Petra conturbada e visceral.

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