2.1.06

A Sala de Arte do Bahiano em perigo

A Sala de Arte do Bahiano, que funciona há cinco anos no Clube Bahiano de Tênis, está correndo o risco de ser expulsa daquele local. Para quem não sabe da história, o grupo Perini, uma rede de delicatessens de Salvador, alugou a sede do combalido clube para transformá-la em mais uma de suas casas comerciais, com direito a vários ambientes para venda de comidas e bebidas.

O problema é que o grupo Sala de Arte terá que sair do seu local atual e investir na construção de duas salas menores, dentro do próprio clube. Pelo projeto da reforma, o espaço atualmente ocupado pelo cinema será transformado em uma grande adega. O grupo Sala de Arte tem interesse em construir as duas salas de menor porte, mas não tem recursos para investir na reforma. Ao contrário do grupo Perini, que está trazendo investimentos de capital estrangeiro para o projeto da nova loja.

A classe cultural de Salvador e os freqüentadores da Sala do Bahiano precisam se unir para lutar pela preservação daquele espaço, que possibilita o acesso da população da cidade a uma fatia fundamental da produção cinematográfica mundial, mas que não é exibida no circuito comercial.

A Sala promove diversas sessões para estudantes, inclusive da rede pública, e funciona como ponto de encontro para significativa porção dos habitantes, de várias faixas etárias, dos bairros da Graça, Barra, Canela e Ondina, que têm poucas opções culturais de qualidade na região. Além dos cinéfilos de outros pontos da cidade, que se dirigem ao local em busca de bons filmes.

Na ante-sala é possível degustar um bom café e confortavelmente ler jornais e publicações culturais, disponibilizados gratuitamente. A Sala ainda funciona como galeria de arte e espaço para exposição de projetos de decoração.

Caso a negociação não seja concluída, a Sala terá de deixar o Bahiano. Algumas manifestações estão sendo programadas, para que os interessados entrem em um acerto justo. Faça a sua parte, proteste, escreva para a Perini (www.perini.com.br), registre a sua indignação. O Bahiano e os baianos não podem ficar sem a Sala de Arte.

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