24.2.06

Feijão e folia

Na quinta-feira de Carnaval, a minha amiga E. tradicionalmente oferece aos deuses da folia - e aos amigos - uma feijoada fantástica. A melhor de todas. Digo sem a menor dúvida. A cozinheira dela produz a melhor feijoada que conheço. Leve e de um sabor que se eleva aos céus.

A feijoada dá forças à turma que sai da Vitória e vai acompanhar Margareth Menezes e o bloco Os Mascarados. Algumas pessoas se fantasiaram, a anfitriã e outras amigas foram vestidas de gueixas estilizadas. Interessante que ninguém é pagante do bloco, ficamos todos circulando na pipoca. Muita gente faz isso, pois cada dia fica mais caro pagar para sair dentro das cordas e ainda bancar a fantasia. Este ano o convidado do trio foi Eduardo Dusek que atacou com vários sucessos antigos.

Não adianta a cantora negar: o bloco dela é 100% GLS. Além da turma GL, os demais com certeza são simpatizantes – ou, pelo menos, tolerantes. Caso contrário, não conviveriam bem com as cenas de beijos, abraços e amassos que rolam por ali.

Fora do bloco havia personagens hilários. Havia a “Madre Pinta”, uma homenagem ao padre que anda fazendo sucesso em Salvador. Havia dois rapazes negros fantasiados de fadas, em vestidos cor-de-rosa berrante, com perucas coloridas e de sapatos altos. Eles brincavam com as pessoas que estavam por perto, fazendo um monte palhaçada. Mas a gozação maior foi quando “as fadas” pararam para mijar. Aí elas é que viraram objeto de brincadeira das pessoas que acompanhavam o trio.

Voltei para casa, dia amanhecendo, andando pela Barra. O exército de limpeza montado pela Prefeitura é impressionante. Minutos depois da passagem do último trio elétrico, desembarcam ônibus cheios dos soldados da vassoura e chegam carros-pipa de limpeza para dar banho nas ruas. O cheiro de mijo some.

Pessoas se aninham no Morro do Cristo e na praia para recuperar as forças. Tem gente que dorme por lá mesmo e nem volta para casa. Para economizar a passagem do ônibus.

Depois de tanto pular e andar, ainda tive que subir a pé uma parte da ladeira da Barra, onde ficava o prédio onde o carro estava estacionado. Cansativo, mas valeu. Acordei no início da tarde. Eu hoje, só amanhã.

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