2.2.06

Dia de Iemanjá

Ainda sob os eflúvios aquosos e etílicos de Iemanjá, eis que me ponho a relatar a festa de dois de fevereiro no Rio Vermelho. Trabalhei até as 14h, vim direto para casa. Provei o bobó de lagosta que a secretária havia preparado. Uma delícia, mas o de camarão, feito na semana passada, estava bem superior. Camarão é mais saboroso que lagosta, não há como discutir.

Marcamos de encontrar E. na pracinha da rua onde ela mora, onde havia a apresentação de um grupo musical. Soube que toda quarta-feira eles se apresentam por lá. Incrível, até deste lado do Red River, onde antes não havia nada, as festas estão acontecendo.

Fomos até a rua Fonte do Boi conferir uma feijoada musical que estava rolando em uma loja de CDs. De lá fomos depositar as flores para Iemanjá nas águas da pequena praia que há naquela rua. Comprei rosas brancas, vermelhas e amarelas. Paz, saúde, amor e riqueza. Pra que mais?

Depois das oferendas, um passeio pela Praia da Paciência. Na varanda da boate Seven Inn foi montado um palco e estava rolando um show com a cantora Daniela Firpo, gratuito para quem quisesse conferir. Um repertório de pop rock muuuuuito bacana. Participação do cantor Alex Góes. DJs tocando música eletrônica. Gringos e nativos se esbaldando. Gente bem interessante no local, divertido ficar observando. Tudo estava tranqüilo. A concorrência com o Festival de Verão parece que tornou a festa do Rio Vermelho mais confortável, com menos gente amontoada.

De lá demos um pulo na rua da Gráfica Venturi, onde o cantor Márcio Melo sempre se apresenta. O astral por ali já foi melhor. Carros e ônibus passando a toda hora quebram o clima da festa. A essa altura, eu já estava com dois “Birinights” e algumas cervejas na cabeça, achando tudo lindo, maravilhoso, a vida é bela, as flores são azuis, os caracóis dos seus cabelos estão mais brilhantes do que nunca, a sua pele morena se enevoa nos meus sonhos.

Comprei um colar de contas de madeira, que veio se juntar aos de miçangas brancas e turquesas, em homenagem a Iemanjá, que repousavam em torno do meu pescoço.

Escureceu, um pôr-do-sol prateado transformou os coqueiros em sombras majestosas. Pela primeira vez vi belos fogos de artifício na festa. Várias faixas de patrocínio do governo federal não deixavam esquecer que estamos em ano eleitoral.

Passamos na pracinha do Bar do Nando, não encontramos o resto da turma. Cansados, caminhamos com destino a casa. A praça da Cia da Pizza estava lotada de gente, rock and roll rolando. Mas estávamos sem energia disponível para conferir. Fui atrás de um beiju com queijo, presunto e catupiry, mas a lanchonete estava fechada. Hesitamos em ir ao McDonald’s. Hambúrguer, que nada. Demos um pulo na padaria em frente. Optamos por um delicioso mistão, uma “vara” (como se chama na Bahia o pão francês grande!) transbordando de queijo e presunto. Agora estou aqui, recolhendo os fragmentos do dia, me esforçando para não esquecer de nada de uma festa sempre marcante.

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