4.12.04



Há algo de podre no reino mágico das celebridades
Olha a Luma novamente. Quando todo mundo pensava que a passista de escola de samba e expert em escândalos já havia se superado, lá vem ela de novo em seu requebrado. Volta às capas de revistas por causa da revelação do segredo do seu caso de amor. Que bombeiro, que nada. O espertão era outro dos modelos do calendário que ela patrocinava. Um policial chamado de Sigmar, que parece nome de cigarro.

A revista Caras mandou um fotógrafo aos confins de Itacaré para flagar a doce e arrojada Luma no dolce far niente com seu amor em um hotel de luxo. O casal percebeu e, ,junto com a direção do hotel, resolveu tirar satisfações com o pobre do enxerido paparazzo. Câmeras e arquivos digitais confiscados, ameaças e muita porrada depois, o fotógrafo volta à redação e escancara o ocorrido. Segundo a Caras, no interrogatório sofrido pelo fotógrafo, perguntaram se ele era contratado pelo ex-marido de Luma.

Será que a passista e o policial (parece até nome de filme da Boca do Lixo), além dos seus assessores, não imaginavam a propagação que a agressão iria tomar? Será que os fotógrafos só servem para quando as celebridades querem mostrar as suas novas casas e vestidos?

Qual a diferença de estar na capa de revistas como a Caras ou a Quem, seja por motivo de casamento badalado na igreja ou por um novo caso de amor, revelado por vias torpes?

Na coluna da Danuza Leão desta semana, ela desce o malho em Ronaldinho e Daniela Cicarelli. O casal apareceu na TV fazendo uma doação de 150 mil reais a uma entidade filantrópica. A jornalista acredita que a doação é ínfima perante o poder de fogo (financeiro) do jogador. Ela diz que tem gente ajuda com muito mais grana e não faz a mínima questão de aparecer.

O casal Fiona e Shrek parece ter mais uma parceria comercial do que qualquer outra coisa voltada à afeição mútua. Tudo é divulgado. Cada passo dado. Cada adiamento do casório. Cada charmosa e elegante liberação de gases dela. Se o monstro dublado por Bussunda fosse ator ou apresentador de TV, ainda caberia tanta exposição, já que a sua profissão, de certa forma, estaria próxima a isso. Mas o cara é jogador de futebol. E, como se não bastasse, milionário.

A vaidade de aparecer nas revistas parece que não os deixa antever a sede que a população tem de presenciar, mais do que casas, roupas ou festinhas, os escândalos que poderão vir - e que as revistas bem sabem mostrar, em forma de doce vingança contra os exibidos. Mas - loucura, loucura, loucura, como diria uma outra celebridade -, tem gente que insiste em repetir o velho clichê "falem mal, mas falem de mim". Não parece masoquismo?

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