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Sou o mais novo e empolgado proprietário de um exemplar de O Caderno de Cinema de Marina W. O livro chegou pelo correio e me trouxe pulsos acelerados.
Tive uma surpresa ao ler o texto introdutório. Eu já o havia lido antes no blog da autora, não lembro quando. É uma delícia: "Filmes são como livros. Eu gosto, você não. Você gosta, eu nem vejo. Eu gosto da palavra HELP escrita no céu no fim de Celebridades, do Woody Allen. Acho aquilo lindo. (...) Fred Astaire flutuando no ar. O carteiro gravando todos os sons para o poeta. Che Guevara atravessando o rio a nado. Os beijos!"
Esse texto tem um significado especial para mim. Quando o li pela primeira vez, era encerrado com "Os beijos, os beijos." Talvez a autora nem lembre disso. Achei o máximo, pois ela quebrava uma sequência de cenas de cinema e dava uma idéia de exaltação ainda maior, como se tivesse escrito rápido, quase arfante, para não esquecer. Como se estivesse a dizer: "Caramba, como fui esquecer de listar os beijos?".
Quando li o texto novamente, ela havia trocado por "Os beijos!", a expressão ficou mais assertiva. E também ótima, definitiva.
Para mim, ficou aquela impressão que ela decidiu apagar. "Os beijos, os beijos". Como se a emoção da lembrança dos beijos fosse ainda maior do que o texto pode conter.
Nada como ganhar um livro. De quebra, vindo pelo correio e com dedicatória.
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