Jazz e risos
Igual a Tudo na Vida (Anything Else, EUA, 2003), o mais novo trabalho de Woody Allen lançado no Brasil - há outro filme mais recente, produzido em 2004 - , volta a abordar temas que compõem a marca registrada do cineasta: o jazz, a vida em Nova York e personagens neuróticos.
Um escritor iniciante, Jerry Falks (Jason Biggs, de American Pie), tem rotina e percepção de mundo alteradas quando se apaixona por Amanda (Christina Ricci, de Monster, O Oposto do Sexo, A Família Adams), excêntrica e imprevisível. Woody Allen atua como David Dobel, também escritor, judeu e neurótico, que inicia amizade e passa a aconselhar Arthur.
Os momentos musicais são marcantes. A participação da cantora canadense de jazz Diana Krall, ao piano, em uma boate. Billie Hollyday embalando quase todo o filme. Até Stockard Channing ao piano. Para quem não se lembra, ela cantava em Grease, era uma das inimigas de Sandy.
Desta vez, Allen, diretor e roteirista, parece não ver soluções para os conflitos de relacionamentos existentes entre os nova-iorquinos. O melhor seria mesmo sair de lá para tentar a vida em outro lugar, como na pujante Hollywood?
Jason Biggs não convence o suficiente como o jovem e neurótico escritor. A imagem dele ainda está muito associada ao adolescente cabeça-de-vento - e tarado - da comédia American Pie. A escolha do ator foi inclusive alvo de críticas. Já Christina Ricci vem se consagrando em papéis de amalucada.
O humor é ponto forte, conduzido por personagens neuróticos e seus psicanalistas que mais atrapalham do que ajudam, pelo menos na visão do cineasta. Diversão inteligente, diálogos cheios de referências na literatura e música - e de ironias em cima disso. Um das mais divertidos trabalhos de Woody Allen em sua produção recente.
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