Para gostar de comer bem
Para gostar de comer bem, é preciso não ter preconceitos - ou ter o mínimo possível. Saber comer bem não é comer muito, nem escolher pratos caros. É experimentar sabores e deixar que o paladar viaje por atmosferas e mundos distantes.
O não gostar de alguma coisa é quase sempre resultado de experiência pouco feliz na hora de comer. A criança que foi obrigada a consumir quiabo, espinafre ou qualquer outra coisa, vai provavelmente registrar no futuro a recusa àquela comida.
Negar a permissão e o acesso a novos sabores, sob o discurso do "não gosto", sem mesmo provar, indica pouca disponibilidade de expandir horizontes. Comida é cultura. A bagagem cultural, como se sabe, é adquirida com vivência e experiência. A abertura para novos paladares indica novas possibilidades.
Pessoas que moram em locais no interior, sem acesso ao mar, frequentemente não gostam de peixes e mariscos. Não foram habituados a consumí-los. Imagine o estranhamento ao se deparar com um caranguejo inteiro pela frente. Por onde começar a comer? Já alguns litorâneos, por exemplo, aqui na Bahia, evitam as comidas sertanejas, por taxá-las de pesadas.
É difícil gostar de tudo. Impossível. Sempre haverá algo que não será suportável - ou, ao menos, desejável. Bacana é poder experimentar sem preconceitos, abrindo mão de sabores que já conhecidos e se entregando ao prazer da novidade.
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