23.10.04

Parentes
Eu vou me permitir falar em modo bem pessoal. Acabo de vir da festa de casamento de um primo. Festa bonita e bacana. Ainda sob os eflúvios etílicos de duas doses de scotch black label, eu me atrevo a teclar.

A muito custo fui à festa, brigando comigo mesmo. Só mesmo uma pessoa querida para me fazer ir a um casamento. Acho uma coisa batida e manjada, cafona, falsa, acho que não existe mais o "felizes até que a morte os separe". Não gosto de qualquer tipo de festa formal, do tipo formatura, casamento, noivado, etc. Acho tudo um saco. Isso sem contar que o primo estava casando pela segunda vez...

Mas o tempo passa, a gente amadurece. Aquela velha mania adolescente e rebelde de negar a família vai ficando para trás. A festa, mais do que o gosto do convidado, é um momento especial para quem convida. Recebi um abraço caloroso do noivo, que me fez perceber que havia tomado a decisão correta de ir.

Há um tempo, eu tinha o título do filme do italiano Mario Monicelli, "Parente é Serpente", quase como um mantra. Apesar de atualmente me render a um novo modo de pensar, ainda continuo acreditando que "felicidade é ter uma família calorosa e amorosa - a vários quilômetros de distância".

Por outro lado, vejo que o trabalho e as nossas relações profissionais nos obrigam a ter contatos próximos e constantes com colegas de trabalho, clientes, patrões, etc. Pessoas, muitas vezes, com as quais não temos a menor afinidade. E acabamos nos aproximando, seja por contingência ou falta de opção.

Então por que negar que há satisfação em reencontrar parentes? Pessoas com as quais, querendo ou não, temos histórias em comum. Histórias que têm mais verdade em seu interior que muitas de nossas relações mais frequentes. Veja bem , não prego reuniões familiares constantes e interações contínuas. Mas o contato esporádico pode ser bom. Talvez, no máximo, umas três vezes por ano.

E você, o que pensa disso?

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