11.2.04

Comida no Morro

Na ânsia de comer camarão, já final da tarde, voltando da praia, entramos em um restaurante arrumado, com nome italiano. Fomos atendidos por um garçom argentino. Inventei de pedir ensopado de camarão, que viria acompanhado de arroz e pirão.

O camarão veio fumegando, em panela de barro. Até aí tudo bem. Ao mergulhar a colher veio um caldo vermelho, consiste e - após prová-lo - ácido. Era tomate quase puro. O pirão, que é normalmente feito com o caldo do marisco, também era puro tomate - e também ácido. O resultado estava sofrível. Talvez fosse o caso do camarão ser acompanhado por algum tipo de massa, já que havia tanto tomate no molho. Parece que adicionaram uma caixa inteira de polpa - e das grandes. Para completar, o camarão era pequeno e estava borrachento.

A insistência em pedir frutos do mar foi por conta do dia anterior, quando provei um bom filé de badejo grelhado, acompanhado de batatas sauté e salada, em um restaurante também de nome italiano e de atendimento de argentinos.

Um ensopado de camarão bem feito é um prato divino. Temperos verdes, azeite de oliva, cebola, alho, um pouco de leite de coco e tomate suficiente apenas para dar um pouco de cor. Nada mais que isso.

Sempre que vou a restaurante e o prato não está ao meu gosto, fico imaginando que o faço melhor e mais saboroso. Estou ficando exigente demais ou simplesmente chato? Para mim, Morro de São Paulo deixou muito a desejar na qualidade das refeições, tanto nos restaurantes mais ajeitados como nos mais simples, a quilo. Além do badejo, o melhor que provei foi uma moqueca de aratu, PF com arroz e feijão, em um restaurante de comida caseira. E só. Até o simples crepe, servido em uma lanchonete bacana, que tinha iluminação e som techno de "buati" - além de um poster de Amelie Poulain -, deixou a desejar.

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