Amor de gatoO gato vivia calmamente a sua vidinha de ração e dormição, até que chegou a gata. Ele era tranquilo, não gostava de noitadas e bebidas. Era caseiro, preferia dormir pela noite e pelo dia, afiando as unhas e arranhando os móveis da sala. No máximo, o gato se arriscava a colocar uma música e dançar sozinho na madrugada.
O gato então conheceu a gata. Novinha em folha, discreta, amorosa, mas arisca. Esperta. A gata ainda nem tinha os hormônios despertados. O gato então começou a cercá-la. Da antipatia e do ciúme inicial, causado pela nova moradora, surgiu a atração. Com patadas ágeis, palavras áridas e até mordidas, ele partiu para cima. Iniciou com flores, depois beijos, abraços, carícias e delícias. A gata revelou o seu instinto feminino-felino. Ela se descobriu adulta, hormonal e disposta aos intercursos amorosos.
O gato, que um dia se achou pacato demais para aventuras cavalheirescas, descobriu-se um vulcão em erução, pronto a espalhar a sua lava sobre terrenos delicados. Seguindo a correnteza do desejo, os gatos tentaram se unir, mas foram impedidos por circunstâncias do destino, que os proibiram de se comportar como animais no cio. Foram separados e forçados a se isolar por grades. Os gatos argumentaram pelo seu amor livre e inconsequente, de juventude. Mas não foram ouvidos. Tiveram o seu amor restringido por leis dos humanos. Aquela que versam sobre comportamentos animais.


A judia alemã Olga Benário (Camila Morgado), militante comunista, veio para o Brasil na década de 30 para fazer a segurança pessoal de Luiz Carlos Prestes (Caco Ciocler) e acaba se envolvendo com o revolucionário. Perseguidos por Getúlio Vargas (Osmar Prado), Prestes vai para a prisão e ela, grávida, é enviada a um campo de concentração nazista.
Paradeiro
Não entendi por que a crítica cultural, de forma geral, não gostou do filme Mulher-Gato, com Halle Berry e Sharon Stone. O filme pode até não ter agradado ao público americano e não ter o retorno financeiro esperado, mas eu gostei muito. Ficou acima das minhas expectativas.
Diário de uma paixão
Assisti a duas peças da Mostra de Dramaturgia 2004, no último domingo, na Sala do Coro do TCA. Sessão dupla de diversão garantida. A primeira foi Alta Noite, do baiano Elísio Lopes Neto, dirigida por Francisco Medeiros. O texto é de qualidade excepcional. A montagem tem cenário de Daniela Thomas, com televisores antigos em suportes metálicos, câmeras de segurança evocando urbanidade. Os atores paulistas (pelo menos de sotaque paulista) Luah Guimarães e Renato Modesto têm ótimo desempenho.
A segunda peça foi Coiteiros das Paixões, texto do pernambucano Luiz Felipe Botelho. Fui buscar no dicionário o significado de coiteiro. É um termo utilizado aqui no Nordeste (ué, a Bahia não é Nordeste?), é a pessoa que acoberta ou dá abrigo a malfeitores.O cangaceiro Lampião leva o refugiado Epitácio, filho de homem influente e acusado de assassinato, para se esconder com o cangaceiro Salamanta, em um local onde poucos ousam ficar. Aos poucos, Epitácio compreende as razões dos temores.
Ontem rolou um bate-papo no Teatro Castro Alves com o ator Renato Borghi (foto), 67 anos, figura teatral de grande quilate. O encontro reuniu classe teatral, estudantes de teatro e jornalistas. Atualmente o ator está em cartaz com a peça Borghi em Revista, que comemora os seus 45 anos de carreira.
Ficção de robôs