27.8.04

Energia
Ah, eu quero uma recompensa para as minhas virtudes pouco reclamadas. Hoje eu quero organizar o meu mundo e as minhas idéias. Há algo a recuperar em um universo de estrelas e faíscas cadentes e ascendentes. Hoje eu quero dizer o não-dito, libertar o esquecido, relatar o ocorrido. Hoje eu quero somar as minhas fontes, revelar um filme de ações programadas.

Hoje eu quero armar um circo de amores. Hoje eu quero arcar com todas as minhas manifestações de puro desejo. Hoje eu quero sair e revelar a minha mais profunda impressão de sensibilidade. Hoje eu quero um raio de sol inclemente e eloquente, quero o ardor das pimentas afro-americanas. O calor das malaguetas e das piruetas, do desbunde e da alegria.

Há algo em mim que quer se mostrar ao mundo e ao ser indiferente. Para poder exaltar todas as ações, algumas poções pouco conhecidas. Alí então haverá um caldo grosso e perfumado de feijão novo, para alimentar o espírito das flores. Só assim tudo poderá ser um tanto diferente, o sonho poderá ser fluente e ardente.

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