Sexta-feira Santa em Ilhéus. Almoço em família, em uma casa bem em frente ao mar, numa região distante do centro da cidade, a Praia do Norte. Neste dia, é tradição que as pessoas só comam peixes e frutos do mar, já que a carne está restringida, por conta da abstinência. O que ocorre é que, na Bahia, a data se torna um dos dias do ano em que mais se come. Vatapá, caruru, moqueca de peixe, frigideira de marisco, bacalhau com batatas, feijão de leite. Um banquete.
Um prato tradicional na Bahia, apesar de pouco divulgado, é o feijão de leite. Trata-se de um angu de feijão batido, em que é adicionado leite de coco e temperos. E um pouco de açúcar. Como? Açúcar? Parece intragável. E é. Eu considerava o prato quase uma aberração da natureza. Até que o provei feito sem a adição de açúcar. E ele se revelou muito atraente e saboroso, que cai muito bem acompanhando outro prato salgado, a exemplo da moqueca de bacalhau.
O vatapá estava divino, um manjar para deuses e inocentes. Depois do banquete, mais do que nunca, dá para ter a explicação para a tendência dos ilheenses a acumular peso extra: aqui, nesta terra, se come muitíssimo bem.
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