24.9.04

Juventude nos 70
Gosto muito de uma livraria no Pelourinho chamada Espaço do Autor Baiano, mantida por uma parceria do Instituto Pedro Calmon e do Governo do Estado. A preço acessível, estão disponíveis obras que não se acham em outros lugares. Comprei Poesia Completa, de Sosígenes Costa, e um exemplar da coleção Dramaturgia da Bahia, com três peças de Cláudio Simões.

Sosígenes Costa é baiano de Belmonte, nascido em 1901 e falecido em 1968. A maior parte da vida morou em Ilhéus, onde escreveu sua obra, de grande qualidade. No longo poema Iararana, deuses gregos unem-se à mitologia indígena brasileira para contar a história da origem do cacau no Sul da Bahia. No livro de Claúdio Simões estão os textos de Quem Matou Maria Helena, Quem Não Ama Não Mata (Abismo de Rosas) e Nada Será Como Antes. Assisti às duas últimas.

Gostei muito de Nada Será Como Antes, que vi na segunda temporada, no Cabaré dos Novos, no Teatro Vila Velha, encenada pelo grupo Argonautas, com a presença de Lucci Ferreira no elenco. Na primeira, em lugar dele estava Vladimir Brichta. A peça é um musical que mostra as aventuras, os amores e os dramas de um grupo de amigos, moças e rapazes, às vésperas do Vestibular, nos anos 70 em Salvador.

Quando a asssiti, acho que em 1999 ou 2000, tive muita identificação com aquele ambiente. Apesar de ter vindo para Salvador no final dos anos 80, tudo foi muito parecido comigo: a vivência na nova cidade, a experiência de dividir apartamento com outras pessoas, as idas à praia do Porto da Barra, os romances.

Ler o texto após assistir à peça é interessante para ficar relembrando os momentos da encenação, dirigida também pelo autor. O texto é simples, direto, sem literatices exageradas, com bom humor e ritmo ágil.

Adoraria ter em mãos os textos de cada peça, antes ou depois de assistí-la. Aposto que iria fruir muito mais. Ou não.

Kandinski

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