De notícias e não-notícias faz-se a crônica. Li no jornal a grande verdade e também título do livro de Carlos Drummond de Andrade, hoje tema de um concurso literário, que me fez voltar no tempo. Retornei à época da escola, quando o livro me foi recomendado. Talvez a época em que a gente lê a maior quantidade de livros de autores consagrados.
Era um período de tanta efervescência hormonal que não permitia a concentração na leitura e o entendimento devido daqueles livros bacanas. Lembro que na adolescência preferi ler Feliz Ano Velho (Marcelo Rubens Paiva), Morangos Mofados (Caio Fernando Abreu), Porcos com Asas, o "diário sexo-político de dois adolescentes" e Com Licença, Eu vou à Luta (não lembro os autores, sei que o último é de Eliane alguma coisa).

Já adulto, pós-adolescente e universitário, vi uma montagem de Porcos com Asas na Sala do Coro do Tca, quando o espaço ainda parecia um galinheiro. Explico. Era um teatro de arena onde não havia assentos, somente tábuas pintadas, como se fosse um circo - ou um puleiro de aves. Quem vê o conforto que é hoje, não imagina o que foi um dia.
Voltando à montagem, foi interessante, bem irreverente. Era um grupo bem jovem, de atores de outro Estado. Com mais idade, vi o texto com outros olhos. É o que seria bom fazer agora com o livro de Drummond, do qual não lembro mais nada.
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