18.9.04

Super size, super size me

A cultura do fast food, típica americana, é atacada ferozmente em Super Size Me, documentário de Morgan Spurlock. Em português,o filme leva o subtítulo A Dieta do Palhaço, em referência ao palhaço-propaganda Ronald MacDonald - e ao consumidor de hamburgueres.

O protagonista, o próprio diretor, aumenta 11 quilos em 30 dias, por conta de refeições somente na rede MacDonald's. Além do peso extra, são detectados aumentos de colesterol, gordura no fígado, diminuição na libido, problemas depressivos. Super Size Me faz uma análise criteriosa da ação da alimentação na saúde, com a opinião de médicos, a partir de exames.

Junto com a crítica à rede de lanchonetes, que promove programas para aliciar (!) os consumidores desde crianças, vem o questionamento aos hábitos alimentares da maioria dos americanos, que incluem porções gigantescas de refrigerantes, batatas fritas, sanduíches e doces. Vem daí o "super size", o tamanho extra, ou super.

É interessante imaginar como o cineasta conseguiu realizar o trabalho sem levar processos judiciais. Talvez se isso tivesse acontecido, a publicidade teria sido ainda maior. A direção do McDonald´s evitou qualquer contato com o cineasta durante as filmagens.

De certa forma, o filme dá certa visibilidade à rede de lanchonetes, que é mostrada em detalhes. E, de início, ao ver o cineasta-ator devorando lanches, dá até fome e vontade de ir provar um sanduíche daqueles. Mas logo depois, com os problemas de saúde que vão acontecendo, vem a saudade do feijão com arroz.

Morgan Spurlock não suaviza na crítica e mostra um gordo e ávido consumidor de refrigerantes (8 litros por dia) precisando se submeter a cirurgia de redução de estômago.

O filme tem boa estrutura narrativa, com efeitos visuais ilustrativos e bom humor. Tem aproximadamente 1 hora e 40 minutos de duração, o que o torna menos cansativo que Fahrenheit 11/09.

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