30.6.04

Moça com pérolas

Em um caminho cinza, ela queria flores. Flores que trouxessem alegria a uma trajeto nebuloso. Flores que alegrassem a poesia dos dias. Flores que reunissem versos. As flores da música e da melancolia. Para deixar esquecido o conhecimento adquirido nos anos de estudo. Para investir no fundo de ações para o bem-estar e tranquilidade. Comprimidos de sensibilidade suave. Peças de quebra-cabeça urbano, com vários personagens envolvivos em caminhos perdidos.

Flores para colorir viagens por mundos subterrâneos e desconhecidos. Causas perdidas e encantos desencontrados. Deslizes de um mundo árido e áspero. Mundo difícil para os sensíveis. Para aqueles que precisam da poesia em seus dias.

O mundo é mais do que esperam as pesquisas científicas. A criação está na frente, sempre sugerindo novos caminhos. A pesquisa vai atrás da poesia, tentando entendê-la. Tenta cercá-la, dominá-la. Tarefa ingrata. Os doutores do conhecimento constróem em palavras e tratados o que os criadores registram pela emoção. Os poetas-criadores dão matéria para a transformação.

Os criadores são os verdadeiros doutores da imaginação. Recebem a inspiração que flui e que jorra como vapor em um leito de pedras quentes. Às vezes a inspiração reage, às vezes se queima. A frieza da recepção é responsável pelo choque, maior ou menor.

A energia de criação é generosa, é agradável, não tem nada de esforço. A ela se junta um complô de forças do pensamento. A moça com pérolas procura todo o tempo a fecundidade das idéias. Ah, bom mesmo, para ela, seria aproveitar o dia, comer um doce bem doce e brincar de dormir a tarde toda.

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