29.3.04

Pequenos prazeres da urbanidade
Sair em plena segunda-feira à noite para assistir a um filme, e depois passar em um drive-thru da vida para pegar um lanche, são pequenos prazeres que só tem quem mora em cidade grande. Parece simples - e é. Grandes prazeres da vida são os mais simples. Também há um certo ar de transgressão na saída pela noite de ruas vazias. Dá certa impressão de posse do espaço urbano.

Normalmente não consumo sanduíches na rua. De vez em quando é que, na saída da sessão da segunda-feira, passo naquele fast-food de comida árabe da orla e pego um kit de primeiros-socorros: quibe, esfirra aberta de carne e de queijo. Sai quentinho. Vim salivando da Pituba até o Rio Vermelho, sentindo o cheiro que se expandia no carro. O quibe do Habib's é genial. Crocante, sequinho e macio, é dos melhores que já comi. E olha que fui acostumado com a boa cozinha árabe do Sul da Bahia, aquela que Jorge Amado imortalizou em Gabriela. No quesito esfirra de queijo, no entanto, prefiro a do Mister Sheik, na Barra. É mais suculenta.

Idéia genial essa de preparar petiscos da cozinha árabes e vendê-los em lojas de fast-food a baixo preço. Particularmente, não gosto de ficar no restaurante. É tudo muito barulhento e iluminado demais, a luz chega a doer nos olhos. Prefiro comprar e carregar para consumir na tranquilidade do lar.

A cozinha árabe é uma das mais elaboradas e perfumadas que existem. Hortelã, canela, pimenta-do-reino, limão, amêndoas, gergelim e azeite de oliva inebriam paladares das mil e uma noites.

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