12.3.04

Vida no campus
Qualquer faculdade de Comunicação é um prato cheio para análise comportamental. Há uma ampla diversidade de tipos. Há desde o mauricinho e a patricinha - via de regra fanáticos por televisão - até os ripongas, passando pelos roqueiros, axezeiros e pelos modernos-internéticos-eletrônicos.

Fiz o curso de Comunicação já em uma faixa de idade e de experiência um pouco acima da maioria da turma. Já trabalhava e carregava o exercício de uma outra graduação. Mesmo assim, passei alguns anos de grande aprendizado. Curtia tudo que podia e dava tempo de aprender. Peguei matéria optativa em Belas Artes, fiz análise, curso de espanhol e de roteiro.

Durante os períodos de aulas, senti falta de ter tempo para me aproximar mais dos colegas. Fiz boas amizades, mas não podia ficar depois da aula tomando uma cervejinha, pois tinha que trabalhar. E nunca consegui me encaixar em nenhum dos rótulos: assim como gosto de música eletrônica, gosto de axé de boa qualidade e de rock - não muito pesado.

Nunca avalie um estudante de comunicação pela primeira impressão. Aquele que fica lá no fundo, e parece que nem está aí para o mundo, de repente chega com um texto maravilhoso, melhor que qualquer outro. Outra característica do habitat dos futuros jornalistas é que não há tempo livre suficiente entre as aulas para que eles comentem todos os temas "interessantíssimos" que vivenciam. Não há espaço de silêncio suficiente entre as conversas para que cada um expresse a sua opinião - coisa que todos querem fazer. É uma barulheira, uma babel.

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