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Ernesto e Alberto partem da Argentina até chegar no Leprosário de San Pablo, na Amazônia peruana, onde os dois trabalham por três semanas. Em algumas sequências, o filme deixa a ficção de lado e adquire certo tom documental, com a interação dos atores em conversas com habitantes e trabalhadores das regiões em que passam.
O filme é baseado nos livros “Notas de Viaje”, de Guevara e “Con Che por Sudamerica”, de Granado. O projeto, que levou cinco anos para ficar pronto, contou com a participação do próprio Granado, hoje com 82 anos, que veio para o lançamento do filme no Brasil.
O ator mexicano Gael Garcia Bernal está primoroso como o jovem Ernesto. Acerta ao conjugar a imagem de um jovem médico, de saúde frágil, que sofre de asma, com o idealista que começa a surgir a partir da viagem.
Com mais de 30 locações na Argentina, Chile e Peru, Diários de Motocicleta relata a viagem por uma América tão próxima dos brasileiros e ao mesmo tempo tão desconhecida. A bela fotografia, além das paisagens, mostra em preto-e-branco alguns tipos humanos característicos dos países em que há a filmagem. Nessas cenas, o enquadramento estático feito pela câmera transforma os personagens em fotos vivas, situadas no ano de 1952, quando a história transcorre. Mas que podem ser encontradas até hoje, com as mesmas expressões faciais que revelam o sofrimento da pobreza. Dá a impressão de que a história da América Latina ainda está por ser contada pelo cinema.
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