28.5.04

Livros e comida
Quando leio um livro, uma das coisas que mais me fascina é a culinária do local onde a história se passa. Adoro autores que fazem referências aos pratos e bebidas que os personagens consomem. Será que vem daí a minha atração pela gastronomia? No livro Small g, que estou lendo, a história transcorre na Suíça. A escritora Patrícia Higsmith volta e meia faz alguma referência à culinária da região: salsichas, saladas de batata, goulash, cervejas, vinhos, pães.

Quando eu era adolescente, li As Brumas de Avalon. Era o correspondente ao "Senhor dos Anéis" na época. Aliás, não sei por que não foi filmado até hoje. Lembro que no livro os personagens consumiam basicamente queijo, carne assada ou cozida, vinho e pão. Eu ficava intrigado como as pessoas poderiam consumir tanto queijo. O tempo foi passando e fui aprendendo que os queijos são mais do que simples fatias para colocar no pão. São verdadeiras refeições, ainda que os franceses prefiram consumí-los após terminar os pratos principais. Nos dias em que passei na França, fiz questão de passar em queijarias, experimentar alguns tipos e trazer para o hotel, para devorá-los acompanhados de uma saborosa baguette.

Na literatura brasileira, um autor genial na inclusão dos pratos típicos nos enredos é Jorge Amado. Não dá para esquecer que Dona Flor era exímia cozinheira, além de professora de culinária, dona da escola "Sabor e Arte". A riqueza de informações é tão extensa, que a filha de Jorge, Paloma, tem dois livros publicados só com receitas de pratos citados nos livros do pai. Um interessante é o "Doce de Puta", que aparece, se não me engano, em Tieta do Agreste. É aquele feito com banana cortada em rodinhas. O nome, segundo Jorge Amado, é porque era encontrado em toda casa de rapariga que se prezasse. Salve, Jorge.

No comments: