As cocadas da festa
Na feijoada do último domingo, para fazer as honras da sobremesa, foram servidas cocadas. Simples e deliciosas, cocadas de vários sabores: leite, chocolate, abacaxi, goiaba, maracujá e só de coco branco. As cocadas tinham uma textura genial. Não eram duras e quebradiças, eram macias. Uma coisa de louco. Gostei muito, especialmente das de chocolate e leite.
Esqueci de perguntar para a anfitriã onde ela havia comprado ou quem havia feito aquelas delícias de coco. O melhor de tudo foi saber, depois, por outras fontes, que as cocadas foram importadas. De Ilhéus, a minha terra natal. Na próxima vez que voltar à terrinha, já sei qual será a sobremesa que vou escolher.
Não sei se é comum em outros locais, mas na Bahia às vezes acontece de os anfitriões oferecerem um "pratinho", com doces e salgados da festa, para os convidados mais íntimos levarem para casa. Algumas vezes são os convidados que pedem - e aí à vezes falta bom senso, para dizer o mínimo.
O marido atencioso pede para levar para a esposa que não pôde ir à festa. A dona-de-casa solicita a sua porção para fazer um agrado ao marido e aos filhos. Tem gente que pede até para levar para o cachorro. Só não se sabe de quem é o cachorro. O cachorro do filho? O cachorro do marido? Ou seria o cachorro do namorado?
Depois da saborosa feijoada, as cocadinhas estavam tão atrativas que um senhor não se conteve: "Posso levar um pouco para minha esposa?", pediu ao aniversariante. Este, por sua vez, repassou o pedido para a anfitriã: "Minha filha, o desembargador está pedindo para levar um pratinho com as cocadas". Lá se foi a dona da casa preparar um pacotinho. "Fazer o quê? É pedido do desembargador", ela sussurou, dando risada com a situação, para os que estavam por perto - e fora da vista do pedinte, é claro.
Depois de passar pela fúria do consumo dos convidados e dos pedidos "para levar", das cocadas da festa, ansiosamente esperadas para o café da manhã do dia seguinte, não restou quase nada.
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